Quinta, 30 Janeiro 2025

SÃO PAULO - Com medidas como o congelamento do dólar, em alguns casos a R$ 1,99, e o incentivo dos parcelamentos, as empresas que comercializam cruzeiros marítimos no País querem chegar a 100% de ocupação, garantindo, assim, sua receita em meio à turbulência. O setor, otimista, prevê ainda uma ocupação até 25% maior do que no mesmo período do ano passado. As empresas da área inclusive comemoram o fato de terem visto a crise econômica começar quando já tinham mais da metade dos pacotes vendidos. Assim, os 15 navios que circularão até abril de 2009 pelos mares do País contabilizam hoje cerca de 80% de ocupação.

A Costa Cruzeiros, por exemplo, adotou o dólar fixo e descontos de até 15%, enquanto a Sun & Sea, que representa as embarcações da Royal Caribbean, seguiu a mesma trilha de promoções e conseguiu lotar algumas opções de viagens. A CVC Cruzeiros prevê estabelecer em janeiro cotações diárias da moeda norte-americana abaixo do valor no mercado, além de dar continuidade ao sistema all inclusive (de bebidas à vontade). Atenta à tendência, a MSC Cruzeiros deu descontos de 20% a reservas antecipadas e oferece, em alguns roteiros, gratuidade para a 3ª pessoa.

Para Claudia Del Valle, gerente de Vendas e Marketing da Costa Cruzeiros, com a chegada da crise a empresa tomou medidas e conseguiu alcançar 85% de ocupação na média, o que lhe possibilitou chegar a 100% em alguns casos. "Oferecemos descontos de 15%, mais o dólar congelado a R$ 2,28. Isso significa que esse passageiro conseguiu adquirir uma cabine com uma moeda de R$ 1,98, na prática", calculou.

A gerente de Marketing contou que, para comercializar as varandas de categoria superior (mais caras), a empresa fez uma oferta de dois turistas a preço de um para algumas datas, e que, com as medidas, a demanda voltou. "Quando falamos em crise, navegar é a melhor opção. Uma cerveja em nosso navio custa US$ 2,5, enquanto cremos que se o turista viajasse para fora do País, pagaria o dobro", exemplificou.

A Costa veio ao Brasil com três navios nesta temporada, mas pretende aumentar esse número na temporada 2008/2009, ao trazer mais uma opção do grupo, a Ibero Cruzeiros, que virá com opções de inclusão de bebidas. O grupo espanhol tem ao todo 14 navios em sua frota.

A executiva disse que no Brasil surge o perfil do "novo cruzeirista", que primeiro faz uma viagem pequena, para depois, em outra temporada, optar por uma mais longa. Para o País, ela diz que está sendo criada uma cultura desse tipo de viagem, em que são oferecidos trechos menores, o que acaba por dar acesso a mais pessoas.

Segundo a empresa, as opções Costa para o turista brasileiro trazem um mix de períodos mais curtos, de no mínimo três noites, e mais longos. Os preços variam entre US$ 50 e US$ 269 a diária.

Outra empresa que avança nas ofertas para os mares nacionais é a Sun & Sea, representante da Royal Caribbean no Brasil, companhia que deixou de operar por aqui durante anos, voltando só na temporada passada. "Estamos com algumas promoções, como o congelamento da moeda americana a R$ 1,99, aliado ao parcelamento", diz Ricardo Amaral, diretor de Marketing da Sun & Sea, ao ressaltar que essa medida possibilitou lotação máxima no cruzeiro, e, em alguns casos, até a colocação de acomodações extras em cabines.

Segundo Amaral, os clientes perceberam que há uma relação de melhor custo-benefício, já que o navio oferece "tudo em um só lugar", referindo-se a hospedagem, entretenimento e transporte. Para o diretor, o mercado brasileiro continua atrativo, pois, por enquanto, existe ainda crédito ao consumidor, "um motor que vai girar a economia".

A Sun & Sea calcula que trará para as embarcações da Royal Caribbean mais de 40 mil passageiros nesta temporada, em dois navios que ficarão por aqui mais tempo, estendendo a estadia.

Família

Para esta temporada, a CVC Turismo divulgou a comercialização de pacotes para o maior número de navios na costa brasileira. Ao todo, serão seis embarcações turísticas, com a pretensão de aumentar em 30% o volume de passageiros. A empresa foi a primeira a comercializar o sistema "tudo-incluído" (all inclusive), que flexibiliza o consumo de bebidas e da alimentação a bordo.

Em relação às promoções, este mês a operadora congelou o dólar a R$ 1,99 para embarques, e, de acordo com fontes do setor, deverá entrar no mês de janeiro com pacotes em que o dólar estará cotado abaixo do valor estipulado pelo mercado.

Além disso, os pagamentos poderão ser feitos pelos clientes em reais, com o tradicional parcelamento CVC em até 10 vezes sem juros. A companhia também deve adotar promoções como o "terceiro passageiro grátis" e planos de pacotes familiares. Ao todo, serão mais de 100 viagens.

Outra companhia com opções para atrair os compradores é a italiana MSC Cruzeiros, que nesta temporada 2008/2009, vai transitar na América do Sul com quatro transatlânticos. A empresa afirmou ter preparado uma série de ofertas para o verão sul-americano, como "descontos de até 20% para vendas antecipadas", como também a "3ª pessoa grátis, na mesma cabine" e planos familiares, conforme divulgado pela empresa. Para os pagamentos, reservou parcelamentos entre cinco e 14 vezes. Outro modo que a MSC usa para atrair os turistas são os cruzeiros temáticos.

Setor

Um levantamento da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), indica que mais de 500 mil turistas deverão viajar nesta temporada - que vai até abril -, cerca de 25% a mais do que na última. "Como 80% dos pacotes estão vendidos, acredito que até o final de janeiro estará tudo lotado", disse Eduardo Vampré do Nascimento, presidente da Abremar. Ele confirma que grande parte dos navios vai sair 100% ocupada. Com a crise econômica, o preço do petróleo caiu, diminuindo os custos das armadoras, o que favoreceu a intensificação de promoções e parcelamentos e o congelamento da moeda norte-americana, permitindo uma maior comercialização de pacotes.

Fonte: DCI - 22 DEZ 08

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

topo oms2

Deixe sua opinião! Comente!