SÃO PAULO - Dinamarca, Estados Unidos e Reino Unido elaboraram um documento, a ser apresentado no fim da cúpula de mudanças climáticas, em Copenhague, no qual defendem a exclusão de Brasil, Índia e China do grupo dos países em desenvolvimento nas negociações sobre meio ambiente. Isso significa que esses três países não só não teriam acesso a financiamento para o combate ao aquecimento global, como também seriam obrigados a obedecer metas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2). O documento foi obtido pelo jornal britânico The Guardian.Hoje, China Brasil e Índia não são obrigados a cumprir metas de corte de emissões. Mas os três países apresentaram, antes do início da cúpula, propostas voluntárias de reduções.Segundo dinamarqueses, norte-americanos e britânicos, esses países teriam saído fortalecidos da crise econômica mundial e estariam recebendo recursos com projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).Várias das propostas incluídas no documento indicam um afastamento dos princípios que norteiam o Protocolo de Kyoto, cujo primeiro período de validade vai até 2012. Um observador do processo disse que em resposta ao documento dinamarquês, a China e outros países elaboraram um outro rascunho de acordo. No entanto, ele teria sido considerado fraco pelos negociadores brasileiros. A delegação brasileira considera inadmissível o abandono dos princípios e mecanismos do Protocolo de Kyoto.A ideia de excluir chineses, brasileiros e indianos parece ser compartilhada pela União Europeia (UE). Arthur Runge-Metzger, negociador do bloco na cúpula, afirmou que a primeira opção da UE é repassar recursos públicos aos países mais pobres, já que economias emergentes como Brasil e China já estariam recebendo a maior parte dos recursos levantados com créditos de carbono. "Por que deveríamos dar mais dinheiro a estes países se eles já recebem grande parte dos projetos de MDL? Talvez seja melhor você perguntar o que os países mais pobres acham disso", respondeu o negociador europeu a uma jornalista brasileira na entrevista coletiva do bloco.Yvo de Boer, secretário executivo das Nações Unidas (ONU) para o clima, defendeu que os países também devem ter acesso aos fundos. A ideia da ONU é que países como o Brasil sejam beneficiados com financiamento para preservar florestas tropicais. No entanto, ficariam de fora da verba destina à adaptação. Esse dinheiro que seria usado por países pobres como Bangladesh no caso de necessidade de migração da população por conta de eventos causados pelo clima.O embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, o negociador-chefe do Brasil na cúpula, afirmou que o País não deixará de investir recursos próprios em ações de mitigação e adaptação - como projetos de Redd (redução de emissões por desmatamento e degradação). "O financiamento tem que ser para todos os países, mas nós faremos mais e melhor se tivermos acesso a recursos internacionais", disse.Uma proposta ganhou força nos últimos encontros preparatórios antes da reunião de Copenhague é a criação de um fast start fund, ou seja, um fundo de acesso rápido no valor de US$ 10 bilhões por ano em três anos, para auxiliar os países mais pobres a lidar com os efeitos do aquecimento global. Para o Brasil, este tipo de mecanismo também não seria aceitável sem que seja acompanhado de uma contrapartida de longo prazo. "Não é possível sairmos daqui com um financiamento de curto prazo", afirmou o embaixador brasileiro.Na segunda-feira, primeiro dia do encontro, os Estados Unidos ofereceram uma ajuda de US$ 10 bilhões ao ano para o fundo.Custo do fracassoO fracasso da cúpula da ONU sobre mudança climática custaria US$ 500 bilhões ao ano à economia mundial, afirmou ontem Nobuo Tanaka, diretor da Agência Internacional da Energia (AIE)."Se não forem tomadas medidas imediatamente para reduzir as emissões de dióxido de carbono, serão necessários US$ 500 bilhões ao ano de investimentos adicionais para recuperar o tempo perdido e voltar à trajetória inicial", disse Tanaka, na apresentação de um relatório em Paris sobre energias renováveis.Além disso, o diretor da AIE revelou que considera impossível que, em Copenhague, seja assinado um tratado internacional obrigatório. "Uma mensagem muito firme deve ser enviada aos investidores do meio ambiente que Copenhague está criando. Sem uma mensagem clara, é difícil para o setor privado se comprometer nos investimentos", disse Tanaka.
O Estado da Bahia também ficará mais competitivo nos próximos anos: o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), Pedro Brito, assinou nesta quarta-feira (9) o contrato com o consórcio, formado pelas empresas JDN (Jan de Nul) e Dratec, vencedor do processo licitatório para a realização das obras de dragagem de aprofundamento nos dois portos baianos. Serão pagos em torno de R$ 89 milhões para deixar Aratu e Salvador com a profundidade operacional de 15 metros. A assinatura ocorreu no Gabinete do Ministro com representantes das empresas.
Durante a campanha eleitoral de 2006, que o levou ao comando do Estado, o governador Eduardo Campos prometia acabar com a concessão de incentivos fiscais para as centrais de distribuição. Ontem, um projeto do governo que concede benefícios fiscais para importações, em condições ainda melhores que o Programa de Desenvolvimento Econômico (Prodepe), foi aprovado pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Assembleia.
As mulheres já representam 25% das pessoas físicas que aplicam em bolsa de valores no Brasil. Passaram de 15 mil, em 2002, para 136,7 mil até outubro deste ano, crescimento de 809%, conforme a BM&FBovespa. As gaúchas, que somam 9,1 mil, estão em quarto lugar entre as que mais aderiram aos papéis, somando R$ 1,14 bilhão dos 5,21 bilhões dos investidores locais. A escalada teve impulso com programas de popularização da modalidade, clubes de investimento exclusivos e a maior liderança feminina no comando das finanças familiares.
São Paulo (AE) - Os números do Ministério do Meio Ambiente (MMA) sobre o desmatamento no Cerrado, divulgados em setembro, estavam errados. A média anual de devastação, inicialmente estimada em 21.260 quilômetros quadrados para o período 2002-2008 foi corrigida para 14.179 km² - um erro de 33%.Os dados originais haviam sido divulgados com grande alarde pelo ministro Carlos Minc, em entrevista coletiva, no dia 10 de setembro, véspera do Dia do Cerrado. Os novos dados, corrigidos, foram divulgados sem nenhum alarde, por meio de uma nota oficial nos sites do Ibama e do MMA.Segundo a nota, o erro deveu-se a uma “inconsistência na atribuição da data do desmatamento”. Metade do desmate registrado como tendo ocorrido no período 2002-2008, na verdade, era anterior a 2002. “Em resumo, a revisão demonstrou que no período 2002-2008 houve um desmatamento de 85.075 km² e não de 127.564 km²”, informa a nota. Os cálculos são do Centro de Sensoriamento Remoto (CSR) do Ibama.Mesmo com a correção, a média de 14 mil km² ainda está muito acima da calculada por pesquisadores do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Pelos dados do Lapig, noticiados no dia 27 de setembro com exclusividade pela reportagem, a média anual de desmatamento no Cerrado no mesmo período foi de 5.600 km².Três especialistas em sensoriamento remoto consultados hoje pela reportagem disseram que os números do MMA ainda parecem “altos demais”, apesar de serem baseados em imagens de satélite de melhor resolução do que os do Lapig.Os números têm influência direta sobre a meta de reduzir 40% do desmatamento no Cerrado até 2020, que o governo levará à Convenção do Clima de Copenhague como parte de sua estratégia nacional de combate ao aquecimento global. Se a linha de base estivesse superestimada, a redução “real” necessária para cumprir a meta seria menor.Segundo a nota do Ibama, os cálculos da meta nacional para Copenhague já levam em conta os números corrigidos para o período 2002-2008. A estimativa do desmatamento histórico no Cerrado não foi alterada - permanece em 975.711 km², o que equivale a quase 48% da área do bioma.