Além disso, a empresa também já andou anunciando interesse em se instalar em Santa Catarina, com a mesma projeção de investimento e geração de empregos. Apesar disso, ontem, o grupo assinou um protocolo de intenções com Pernambuco.
Em ascensão em todo o País, mas ainda com custos e preços de frete elevados, com cabotagem (navegação entre portos de um mesmo País) deficiente e com problemas graves de integração com os modais rodoferroviários, o transporte marítimo volta a nortear as discussões de especialistas, empresários e dirigentes de portos públicos em todo o Norte e Nordeste. Na noite de ontem, o ministro chefe da Secretaria Especial dos Portos da Presidência da República, Pedro Brito, colocou mais "lenha" na discussão; apontou o transporte rodoviário como o mais caro e o mais poluente de todos e voltou a defender o Plano Nacional de Logística (PNL), com o qual acredita que o Brasil poderá mudar essa realidade."A matriz de transporte brasileira privilegia o modal rodoviário, que é mais caro e que polui mais, mas que ainda representa 58% de todo o transporte do País", alertou Pedro Brito, durante abertura ontem, em Fortaleza, do IV Seminário SEP de Logística - Mostra de Tendências de Logística do Norte e Nordeste. O evento transcorre até o próximo sábado, com palestras, debates e apresentações de especialistas sobre logística portuária da duas regiões.Segundo o ministro, com o PNL o governo Federal pretende mais que dobrar, dos 13% atuais, para 29%, a participação do transporte hidroviário no País, até 2025. Sem recursos ainda definidos, o ministro reconheceu a necessidade de aporte de dinheiro Federal para o desenvolvimento do Plano e sobretudo, para a construção de portos ao longo dos leitos de rios brasileiros. "O Brasil possui, hoje, 40 mil quilômetros de hidrovias, que precisam de portos fluviais", defendeu Brito.IntegraçãoA dificuldade de integração entre os modais de transporte, bem como de interlocução entre a Secretaria de Portos e o Ministério do Transporte também foi reconhecida pelo ministro. "A integração dos modais é hoje indispensável. Para isso existe o Conide, um conselho que reúne representantes de todos os ministérios para discutir essa questão", sinalizou.Apesar da falta de sintonia, o ministro avalia que a disposição do governo em investir recursos anunciados da ordem de R$ 1,5 bilhão, nos 20 principais portos brasileiros, com obras de dragagem, estocagem e logística, além das obras de recuperação e construção de novas rodovias e ferrovias - a exemplo da Ferrovia Transnordestina, vai estimular essa integração. "Esse conjunto de modais mais eficientes é o que vai dar ao País as condições de maior competitividade às exportações e preços mais reduzidos às importações", destacou o ministro."Nosso papel é melhorar a competitividade das empresas brasileiras", concluiu, ao apontar as dragagens com o ponta-a-pé inicial para o desenvolvimento e maiores atratividade e competitividade dos portos brasileiros. "Até o final de 2010, todo o programa de dragagem estará resolvido", garantiu Brito, sem definir, no entanto, quando será finalmente lançado o edital à licitação das obras de enrocamento e dragagem do Porto do Mucuripe, no Ceará.Estaleiro Ceará"Um equipamento como esse, como o estaleiro, é muito importante para o Ceará, porque irá trazer nova tecnologia, uma planta nova e, consequentemente, empregos, mas deve respeitar o meio ambiente", respondeu o ministro sobre à instalação do Estaleiro ProMar Ceará, na Praia do Titanzinho, no bairro do Serviluz, em Fortaleza. Para ele, o empreendimento deve ser instalado em uma área que não gere prejuízos ambientais locais, nem às comunidades do seu entorno. "Mas a decisão final do local é do investidor privado", esquiva-se Brito.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UFPE, Anísio Brasileiro, explica que a iniciativa é encampada por um rede de instituições, que inclui Universidade de Pernambuco, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep) e Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene). “A escolha de Pernambuco e da UFPE para abrigar um centro nacional se deu em função de capital humano avançado nas áreas de ciência e engenharia de materiais e pela demanda dos grandes empreendimentos em implantação no Complexo de Suape, a exemplo do Estaleiro Atlântico Sul e da Refinaria Abreu e Lima”, destaca. A partir de 2010 será formada a primeira turma do curso de graduação de engenharia de materiais. A universidade também já conta com um curso de pós-graduação em ciência dos materiais e tem previsão de, num prazo de dois anos, criar a graduação em engenharia naval e manutenção de equipamentos.
SÃO PAULO - Os fundos de investimento retornaram ao mercado de commodities e o percentual de contratos já é o mesmo do período anterior à crise econômica mundial. De acordo com André Pessoa, diretor da Agroconsult, a presença de agentes especuladores já é realidade em todos os mercados e na soja atinge atualmente cerca de 40% dos contratos.Atentos aos fundamentos, os fundos estão, na sua maioria, na posição comprada, mas a perspectiva para as commodities agrícolas em 2010, exceto o açúcar, é de queda e a oscilação impulsionada por esses agentes pode se virar contra produtores no futuro. "Os fundos exageram e antecipam o que os fundamentos do mercado indicam", diz Pessoa.De forma geral, os produtos agrícolas apresentam uma demanda crescente e uma oferta que não acompanha o mesmo ritmo. Foi essa percepção aliada à retomada da economia despontando em importantes mercados, que fez com que os especuladores se voltassem novamente para o mercado agrícola. No entanto, a entrada da safra 2009/2010 pode mudar essa perspectiva. O preço da soja vem se sustentando baseado apenas no atraso da colheita do grão nos Estados Unidos, enquanto milho, café e laranja ainda não apresentam sinais de uma retomada de rentabilidade favorável ao produtor. O cenário deve se agravar ainda mais para os produtores brasileiros com a desvalorização do dólar.O cenário para a safra 2009/2010 foi traçado durante a reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), a última do ano. Na ocasião, especialistas apresentaram avaliações negativas para o próximo ciclo para uma plateia composta por lideranças do setor. "A exceção do setor sucroalcooleiro e, não obstante, o custo de produção menor, indicam um horizonte para o próximo ano sombrio", diz Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e atual coordenador do Cosag.Concomitantemente ao movimento dos especuladores, que avança no mercado de commodities, os agricultores utilizam cada vez menos mecanismos de proteção, o que faz com que os riscos na atividade agrícola aumentem. A volatilidade amplia o custo de margem, ou seja, está cada vez mais caro se proteger. O encarecimento do custo dos mecanismos para travar os preços antecipadamente fez com que as tradings, que já estavam descapitalizadas pela crise, se retirassem ainda mais desse mercado, reduzindo o financiamento aos produtores."O produtor de soja está sem conseguir travar preço futuro, está sem crédito e sem operador de hedge, que era papel das tradings", diz Pessoa. O consultor afirma que os sojicultores do Mato Grosso venderam apenas 25% do volume da próxima safra quando em condições normais já teriam comercializado de 50% a 60%.Pessoa destaca também que a fuga das tradings mudou o modelo de financiamento no mercado de algodão, impossibilitando a venda antecipada da cultura que costumava ser feita até dois anos antes da safra ser colhida.Desprotegidos das oscilações do mercado, os produtores precisaram que o governo incrementasse os subsídios ao longo deste ano por meio de programas como o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e o Prêmio Para Escoamento de Produto (PEP).A medida é vista como inconsistente por analistas que apontam o fortalecimento dos contratos de opção de venda, no qual o produtor compra o direito de vender a um determinado preço, como a melhor garantia de renda aos agricultores. "O risco de rentabilidade baixa no ano que vem poderia ser evitado com as opções", afirma Pessoa. Para o consultor, o Pep e o Pepro têm o mesmo efeito do hedge, mas são feitos após o "leite derramado. "Outra diferença é que o hegde fica na mão do produtor", diz.Alexandre Mendonça Barros, consultor sócio da MB Agro, é outro entusiasta dos contratos de opção. O especialista acredita que o mecanismo de subsídio que já é feito pelo governo do Estado de São Paulo deve ser estendido a todo o País. "Na opção, paga-se a vista no momento do contrato e já se sabe o quanto está gastando por ela. Na Bolsa, só ficamos sabendo no dia seguinte."Para apurar a importância do mercado futuro no mercado agrícola, a Fundação Getulio Vargas (FGV) está realizando um trabalho econométrico com o objetivo de testar a relação entre os preços de commodities agrícolas e os fundamentos do mercado real. Até agora os resultados indicam que a especulação nos mercados futuros é o principal fator determinante nas cotações. "Verificamos que não só o preço das commodities, mas as taxas de câmbio são hoje formadas no mercado futuro", diz Roberto Perosa, pesquisador da GVagro, ligada à FGV.
A unidade vai produzir transformadores elétricos para atender aos mercados do Norte e Nordeste. A expectativa do grupo é iniciar a operação da indústria no prazo de dois anos, ocupando uma área de 5 hectares no complexo.