A mudança de nível da Paraíba e do Piauí de área de risco desconhecido para risco médio de febre aftosa favorece a reclassificação do Rio Grande do Norte para área livre da doença. Mas, apesar de ter solicitado uma auditoria do Ministério da Agricultura desde setembro para avaliar a possibilidade, o presidente do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do RN (Idiarn), Romildo Pessoa, não considera vantajosa a mudança neste momento. A opinião é compartilhada pelo diretor de relações públicas da Associação Norte-riograndense de Criadores (ANORC), Marcelo Abdon.
No Nordeste, apenas o Ceará ainda é considerada uma área de risco desconhecido da aftosa e os estados de Sergipe e Bahia são áreas livres. Os demais estados são áreas de risco médio, assim como o Rio Grande do Norte.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a mudança de status da Paraíba e Piauí influencia na mudança do RN, já que uma das exigências para que o estado avance na classificação é que os estados vizinhos tenham o mesmo status ou status superior, mas ressalva que ainda falta a mudança do Ceará.
A assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura informa também que o RN precisa sanar inconformidades observadas pelo Ministério em auditorias anteriores, como a ampliação no quadro de pessoal e intensificação das ações de vigilância e atuação nas barreiras.
Depois disso, será necessária a realização de uma nova auditoria e um inquérito soroepidemiológico no rebanho bovino do estado para demostrar a ausência da circulação viral.
O diretor-presidente do Idiarn, Romildo Pessoa, diz que desde a última a auditoria do Ministério, todas as exigências vêm sendo cumpridas. Ele garante que o quadro pessoal foi preenchido com as 97 vagas oferecidas no concurso público.
Segundo Romildo Pessoa, o estado tem trabalhado para estar apto para mudança para área livre e já solicitou a auditoria, mas o Ministério tem alegado missões internacionais para adiar a vinda.
Porém, o diretor-presidente do Idiarn, acredita que não é interessante para o Rio Grande do Norte mudar para área livre agora.
Ele explica que como área de médio risco, o rebanho do estado tem trânsito livre entre os estados nordestinos e mediante quarentena entre os estados de área livre. “Estamos prontos para receber a auditoria, mas precisamos avaliar se é interessante essa mudança porque o estado pode ficar isolado”, argumenta.
Para Pessoa, é melhor para o RN esperar que outros estados estejam em condições para fazer essa mudança. “Mas ainda assim estamos esperando a auditoria”.
O diretor da ANORC, Marcelo Abdon, concorda com Romildo Pessoa. O criador também opina que o RN deve aguardar os demais estados para que o Nordeste todo se torne área livre ainda no próximo ano.Ele acredita que o Ceará irá sair de área de risco desconhecido ainda este ano.
“A OIA (Organização Internacional de Agropecuária) estabeleceu que até 2010, o Brasil tem que estar livre de febre aftosa. Então acho que até abril estaremos livres”, aposta.
Fonte: Tribuna do Norte