O setor logístico tem acumulado bons resultados nos últimos cinco anos, e se prepara para crescer aceleradamente, principalmente entre as grandes operadoras que miram mais contratos na área de transporte portuário. É o caso da Columbia Logística, que afirma ter quase triplicado o faturamento nos últimos três anos e fechado 2009 com cerca de R$ 1 bilhão em ganhos. Otimista, a empresa espera, até 2014, atingir a marca de R$ 1,5 bilhão.O presidente da empresa, Nivaldo Tuba, acredita que o cenário favorável, no qual as empresas do setor logístico se encontram, deram à Columbia a possibilidade de crescimento. "Acima de tudo, o estabelecimento da Columbia como uma provedora de serviços de logística integrada junto ao mercado, bem como a pulverização regional e a ratificação dos serviços de trading deram sustentabilidade ao crescimento de nossos negócios", destacou ele, em entrevista exclusiva ao DCI.Segundo o diretor da empresa, Marcelo Brandão, a previsão é de um crescimento para 2010 de 10%. "Mas sabemos do potencial de crescimento da empresa e do setor. Acredito que este aumento seja ainda maior", comentou ele.Nivaldo Tuba comenta sobre fatores importantes para a estruturação e crescimento de operadoras do setor: "o principal é qual cadeia mercadológica atender, sistemas de gestão de ponta, que deem ao cliente em tempo real o status de seus processos. Finalmente, a definição geográfica adequada para as operações. Não podemos esquecer das pessoas envolvidas, o treinamento e o desenvolvimento são essenciais", lista o executivo.ExpansãoEntre os investimentos da Columbia este ano está o Interporti do porto de Itajaí (SC), onde a empresa tem um centro de operações logísticas portuárias, e pretende ampliar sua área de cais, e adquirir novos equipamentos. A previsão é investir em 2010 cerca de R$ 30 milhões, que serão usados para aquisição de novos equipamentos e a ampliação de suas áreas, armazéns e pátios."A área portuária é alvo da estratégia de médio e longo prazo. Lembro que em outubro de 2008 iniciamos uma parceria no porto em Itajaí com a criação da Interporti. Na área de distribuição o foco em produtos de alto valor agregado dentro do setor farmacêutico também faz parte de nossos estudos", comentou Tuba.Este ano, o grupo Columbia dará início a uma série de investimentos planejados e sustentados por profundas análises mercadológicas, como garante Tuba. Segundo ele, também há previsão que daqui a cinco anos a empresa entrar em novos patamares. "Dentro do planejamento estratégico, e sem crises mundiais acreditamos que em 2014 poderemos com segurança faturar valores superiores a R$ 1,5 bilhão."Fundada em fevereiro de 1942 pela Esteve Irmãos, grupo mundial especializado na comercialização de commodities, para atender os setores cafeeiros e algodoeiros, a Columbia é, atualmente, uma das líderes do setor de logística integrada, segundo a empresa. A rede da Columbia conta atualmente com mais de 1.200 funcionários, além de uma estrutura de 1,2 milhão de metros quadrados de área para atendimento aos clientes, distribuídos nos seus centros logísticos em locais estratégicos da América do Sul, além de uma frota com mais de 450 veículos.ConcorrênciaO setor logístico estima crescer em torno de 15% ao ano e deve manter um ritmo acelerado, até 2014, segundo estudos do especialista Peter Wanke, que é professor adjunto do Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de coordenador do Centro de Estudos em Logística, e sócio fundador do Instituto de Logística e Supply Chain.Ao DCI, Wanke afirmou acreditar que a tendência para os próximos cinco anos nesse mercado seja de um crescimento acelerado. "No Brasil, o setor ainda é muito novo, mas a demanda por estes serviços faz com que as empresas cresçam rápido e invistam em tecnologias e novos gerenciamentos", estima. Porém, o professor ressalta que atualmente em nosso País existem aproximadamente 40 mil pequenas empresas de logística, e em 2014 este número deve cair pela metade. "As pequenas empresas têm três opções: ou investem para crescer de forma sustentável, ou fazem fusões, ou fecham as portas. Não tem outra saída. As grandes oferecem serviços cada vez melhores, e abrangem soluções baratas e eficazes."O diretor da Columbia, Marcelo Brandão, ressalta que as pequenas empresas já não se sustentam mais baixando o custo. "Muitas vezes a empresa fecha um negócio para não deixar o caminhão parado, e no final contabiliza prejuízos."O presidente da Columbia, Nivaldo Tuba, concorda que é preciso crescer para se manter no negócio, e buscar soluções para a entrada ainda maior da concorrência internacional que tende a se interessar cada vez mais pelo segmento no País, por conta do bom desempenho da economia e da balança comercial."Ações que foquem muito nossas atividades efetivam a definição regional de atuação, compra ou associação com empresas de nosso interesse. O desenvolvimento de nossa gente e de nossos sistemas de controle é uma medida que nos habilitará a concorrer com grandes players internacionais que já estão no Brasil ou que ainda virão", finalizou ele.
A associação prevê criação de duas empresas, uma para açúcar e etanol, identificada no comunicado com “A&E”, incluindo cogeração, e outra para distribuição e comercialização de combustíveis.
SÃO PAULO - Representantes do governo brasileiro estão a caminho da Argentina para mais uma reunião conciliadora. Segundo Roberto Segatto, presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), o comércio bilateral teve um recuo de US$ 31 bilhões em 2008, e as trocas comerciais (exportações mais importações) cairam US$ 24 bilhões em 2009.A reunião bilateral acontece de quarta-feira a sexta da próxima semana. Os temas discutidos serão os prazos das licenças não automáticas, as barreiras comerciais impostas a alguns produtos brasileiros e os acordos firmados na última reunião que não estão sendo cumpridos conforme prometido pela Argentina.O governo da Argentina está realizando um levantamento da situação de cada um dos setores envolvidos no comércio com o Brasil para desenhar sua estratégia de negociação.Segundo informações do Ministério de Indústria e Turismo, a ministra Débora Giorgi e o secretário de Indústria, Eduardo Bianchi, vão se reunir amanhã com os setores sensíveis às importações brasileiras, como calçados, linha branca de eletrodomésticos, têxteis e confecções, brinquedos, máquinas agrícolas e outros. Desde outubro de 2008, o governo argentino vem protegendo a indústria nacional com barreiras comerciais que afetam 14% das exportações brasileiras ao vizinho."Com a Argentina, temos outra forma de negociação, eles têm de apanhar para mudar o modo de negociação, espero que eles estejam cientes que demoramos para tomar uma posição agressiva, mas agimos", retrucou Segatto.As retaliações brasileiras iniciaram-se após a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, elevar, de setembro de 2008 a novembro de 2009, o número de produtos brasileiros que necessitavam de licenças para adentrar ao país, passando de 53 para 411."O correto seria que os dois países concedessem as licenças automaticamente, afinal, fazem parte de uma área de livre comércio - o Mercosul. Uma vez que não tem essa facilidade, eles deviam negociar um prazo menor que os 60 dias estipulados pela Organização Mundial do Comércio e, se nada funcionar, devem acabar com o Mercosul", afirma.Fontes do governo argentino afirmaram que alguns setores estariam em condições de "afrouxar" as barreiras, mas não eliminá-las completamente. Segundo a ministra Giorgi, os setores sensíveis foram beneficiados pelas restrições às importações, já que "foram preservados mais de 500 mil empregos." Com esse argumento, o governo argentino pretende manter as licenças não automáticas para vários setores, como têxtil e linha branca. As reuniões da próxima semana entre os dois governos terão uma primeira etapa entre Bianchi e o secretário do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Ivan Ramalho. No dia 5 será a vez da primeira reunião da Comissão Ministerial, criada em novembro passado pelos presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva. Na mesa de negociação estarão o chanceler Celso Amorim e os ministros Miguel Jorge e Guido Mantega com seus respectivos pares argentinos.Algodão americanoDe acordo com a secretária executiva da Camex, Lytha Spíndola, a decisão sobre os produtos que devem ser retaliados pelo Brasil em decorrência do contencioso do algodão americano devem ser definidos na próxima reunião da Camex, que acontece em fevereiro. "Seguramente, este ano é mais favorável que o anterior, mas essa decisão será tomada na próxima reunião (que acontece em fevereiro), quando já teremos os números de 2009."A lista de produtos originários dos Estados Unidos que poderão ter aumento do Imposto de Importação, em virtude do contencioso do algodão na Organização Mundial do Comércio (OMC), são dos setores de instrumentos e aparelhos de ótica; plásticos; alimentos; máquinas e equipamentos inclusive elétricos; fibras, tecidos e confecções; borrachas e sabões, detergentes e produtos de toucador. O total dos produtos, informados na última reunião, somam US$ 2,7 bilhões.O chanceler Celso Amorim afirma que o governo dos Estados Unidos está buscando uma saída pacífica para a guerra do algodão, evitando a retaliação do Brasil. Amorim reconheceu que os americanos "estão tentando conversar." Questionado se o Brasil poderia abandonar a retaliação, Amorim não descartou a ideia. Mas alertou que isso dependeria "de uma proposta adequada" dos americanos. Amorim, porém, insiste que, se não fosse pela autorização do Brasil para retaliar os americanos, Washington não estaria tentando encontrar uma saída pacífica.
A aquisição da Fosfertil pela Vale deverá afetar positivamente a oferta de matérias-primas para fertilizantes no País. Essa é a opinião de Torvaldo Antonio Marzolla Filho, presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul (Siargs). "Esse negócio certamente foi um eco da orientação do presidente Lula e do ministro da Agricultura, Reinold Stephanes, que pediram à Vale para aumentar seus esforços de produção no Brasil", afirmou.
Para não correr risco de ver obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) paralisadas em ano eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou quatro empreendimentos da Petrobrás da lista de projetos com indícios de irregularidades do Orçamento de 2010.Lula sancionou ontem o Orçamento de 2010 com apenas dois vetos. Um tratava justamente da retirada das quatro obras da Petrobrás - das quais duas incluídas no PAC - da lista de irregularidades apontadas por auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU). Se continuassem na relação, as obras, na interpretação do governo, poderiam ser interrompidas, pois estariam impedidas de receber recursos orçamentários este ano.A saída das obras da Petrobrás da "lista negra" garante o repasse de recursos para investimentos da estatal na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; na refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná; no terminal de escoamento de Barra do Riacho, no Espírito Santo, e no complexo petroquímico do Rio de Janeiro. Em três desses empreendimentos, o TCU apontou indícios de irregularidades, como superfaturamento e critério de medição inadequado, além de gestão temerária. A obra do complexo petroquímico do Rio entrou na lista por decisão do Congresso, ao votar o Orçamento no fim do ano passado. Segundo a assessoria do TCU, não há recomendação de paralisação da obra. CONFRONTONo ano passado, Lula foi um crítico contumaz do trabalho do TCU, acusando-o de paralisar obras e causar prejuízos ao País. O governo estuda elaborar projeto para reduzir e limitar o poder de atuação do órgão. Agora, para ignorar a recomendação do TCU e do Congresso, Lula argumentou que a paralisação das obras da Petrobrás iria acarretar um "prejuízo imediato de aproximadamente 25 mil empregos e custos mensais da ordem de R$ 268 milhões". Alegou ainda que parte dos contratos dos quatro empreendimentos "já apresenta 90% de execução física e sua interrupção gera atraso no início da operação das unidades em construção, com perda de receita mensal estimada em R$ 577 milhões, e dificuldade no atendimento dos compromissos de abastecimento do País com óleo diesel de baixo teor de enxofre". Na exposição de motivos para o veto, Lula reconheceu que cedeu ao lobby dos governadores dos Estados onde se encontram as obras - Eduardo Campos (Pernambuco), Sérgio Cabral (Rio de Janeiro), Paulo Hartung (Espírito Santo) e Roberto Requião (Paraná). A construção da refinaria Abreu e Lima (PE) e a modernização da Presidente Getúlio Vargas (PR) são obras que fazem parte do PAC. "O presidente acatou um pedido, um apelo feito pelos governadores dos Estados, pelos representantes dos trabalhadores do setor do petróleo, pelos empresários de indústria de base e pelo próprio comitê de obras irregulares da Câmara, que é quem analisa esse tema no âmbito da Comissão Mista de Orçamento", afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.A Petrobrás negou as irregularidades apontadas pelo TCU. No fim do ano passado, antes do Orçamento de 2010, ser votado no Congresso, a estatal apresentou um ofício aos parlamentares com justificativas sobre a regularidade dos investimentos nas quatro obras. Segundo a Petrobrás, os desentendimentos com o TCU decorrem de visões diferentes sobre a contratação de serviços. Em dezembro, o coordenador do Comitê de Obras Irregulares, deputado Carlos Melles (DEM-MG), defendeu a permanência das obras da Petrobrás na "lista negra" alegando que elas não seriam interrompidas. Isso porque seriam bloqueados apenas os contratos e convênios onde foram identificadas irregularidades. Com a retirada dos empreendimentos da Petrobrás, ficaram na lista 20 outras obras - das quais duas do PAC. Esses empreendimentos não poderão receber recursos do Orçamento até que as falhas sejam sanadas.O TCU recomendou ao Congresso o bloqueio das verbas destinadas à refinaria Abreu e Lima, após auditoria que verificou indícios de superfaturamento de R$ 96 milhões nas obras de terraplenagem e de sobrepreço calculado em R$ 121 milhões.Lula x TCUAgosto/2009No dia 1.º, Lula critica o TCU e diz que órgão "quase governa o País". Ainda em agosto, o presidente volta a criticar o órgão publicamente pelo menos mais duas vezes. "Quando está tudo resolvido, vem o TCU, faz investigação e diz que tem sobrepreço"Agosto/2009TCU rebate críticas: "Controlar é contrariar interesses", declara Ubiratan Aguiar, presidente do TCU. Ele diz também que não se pode responsabilizar o órgão pelo ritmo lento da execução do PAC porque apenas 5 das 2.368 obras em execução foram suspensasNovembro 2009Em sinal de trégua, Lula diz que nenhuma mudança nas atribuições do TCU será feita sem seus integrantes serem chamados para o debate. O presidente do TCU promete um canal direto para que as pendências sejam resolvidas antes da decisão do embargo