Não é preciso um temporal recorde para a Região Metropolitana de São Paulo viver um dia de caos. Apesar de ter chovido menos que em 8 de dezembro, quando o transbordamento dos Rios Tietê e Pinheiros paralisou a capital, ontem, em nove horas de chuva, ruas viraram rios, bairros voltaram a sofrer com alagamentos e nove pessoas morreram na capital e nas cidades de Mauá, Ribeirão Pires e Santo André - somando 59 mortos no Estado desde 1º de dezembro. Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), desde 1º de janeiro, choveu 316,9 mm em São Paulo, 32,5% a mais que a média histórica do mês, de 239 mm. Ontem, às 20h10, a capital entrou novamente em estado de atenção por causa das chuvas.
De manhã, quem saiu para trabalhar foi mais uma vez surpreendido pelo trânsito complicado em vias como as Marginais do Tietê e do Pinheiros. São Paulo registrou 121 pontos de alagamento - 54 intransitáveis - e ficou quase isolada: apenas quem dirigia pelas Rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt conseguiu entrar na capital sem transtornos.
Para especialistas em drenagem, a obra viária da Marginal do Tietê pode ter prejudicado o sistema de bombeamento e, por isso, o rio voltou a transbordar. Ontem, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) responsabilizou o "crescimento desordenado" da capital. Entre o dia caótico de dezembro e ontem, a Prefeitura tomou uma série de medidas burocráticas e algumas ações efetivas para amenizar as consequências de temporais que ainda devem se repetir ao longo do verão.
Fonte: O Estado de S.Paulo