Editorial | Coluna Dia a Dia
Portogente
Operações flexíveis são estratégias contingenciais para evitar falhas logísticas (Donald Bowersox)
É conveniente – e sobretudo necessário – que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja bem inteirado e dê o seu aval sobre a obra anunciada pela Autoridade Portuária de Santos, no valor de mais de meio bilhão de reais, para instalar 877 vagas de estacionamentos para caminhões e condomínios logísticos. Trata-se de um projeto de grande impacto, que exige um debate amplo e aprofundado sobre as suas consequências em um ambiente ecologicamente vulnerável.
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A proposta, embora apresentada sob o argumento da modernização e da eficiência operacional do Porto de Santos, envolve também transformações significativas em uma região ecologicamente autogeradora. A começar pela maior concentração de caminhões e geração de tráfego local em horário de pico. Portanto, gerar possível conflito com o tráfego urbano. À vista disto, é indispensável reconceituar o modelo de estacionamento, posicionado fora do perímetro urbano, porém interligado por veículos leves ou VLT.
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O Porto de Santos é um ativo estratégico nacional, cuja gestão deve estar alinhada ao interesse público e focada em promover transformações significativas em uma região ambientalmente sensível, onde os limites entre desenvolvimento e degradação ambiental são estreitos. Por isso, mais do que um empreendimento logístico, está em questão o futuro da relação entre o porto e a cidade. Já é tempo do governo federal, a Autoridade Portuária de Santos e o governo municipal abrirem esse debate. Assim, o Porto de Santos poderá reafirmar o seu papel que escreveu a sua história tão exitosa.
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Desde 2005, quando Portogente visitou o Porto de Antuérpia, na Bélgica, e registrou a experiência pioneira e exitosa dos condomínios logísticos em áreas portuárias, o tema vem sendo debatido como proposta para o entorno do Porto de Santos. Passadas duas décadas, o assunto retorna à pauta com o anúncio, pela Autoridade Portuária de Santos (APS), uma iniciativa conjunta como o projeto dos estacionamentos para caminhões. Uma agenda ampla que deve abranger também o projeto do Porto Indústria.
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Neste contexto, ao se pensar a grandeza do Porto de Santos, é imperativo refletir o seu papel de Porto Indústria. O seu quadro de profissionais universitários concursados é de excelente qualidade. Entretanto, a modelagem e organização da Autoridade Portuária de Santos necessita ampliar o seu foco, de modo a implantar projetos modernos e inovadores de modelagem e organização, com esse recurso humano.
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Há dois projetos densos, com o objetivo de ampliar o potencial do complexo portuário da Baixada Santista, e que devem ser visitados. Em 2011, a Secretaria de Portos – SEP, contratou estudo com consultoria espanhola para instalar um centro logístico na margem esquerda do Porto de Santos. Outro, o estudo de plataforma logística elaborado pelo Professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Nicolau Dionisio Fares Gualda. Pois, o crescimento do mundo moderno pela globalização e a necessidade de um comércio sustentável, impõem negócios com lucro e responsabilidade social bem como equilibrados.
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No que tange ao projeto de estacionamento de caminhões, com custo do investimento aproximado de meio bilhão de reais, são relevantes três fatores: sustentabilidade, custo do investimento, e produtividade, para mais de 700 caminhões. Estimativa aproximada suficiente para exigir mais luz sobre o projeto de condomínios logísticos e estacionamento de caminhões. Que deve ser moderno no conceito de abrigo dos motoristas e na tecnologia da comunicação com os terminais do porto.
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Este cenário sugerido, como desenvolvimento estratégico, abrange novas tecnologias digitais para gestão, como inovação e transformação positiva: uma administração moderna e transparente. Assim, otimizar fluxos e garantir rastreabilidade nas operações. A cultura digital na empresa é hoje um pilar estratégico da governança e redução de custos. O futuro do Porto de santos está lançado. Seu sucesso depende de visão, governança e diálogo.
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