As informações não podem ser melhores do que os dados que a geraram
O novo cenário que o Corredor e a Ferrovia Bioceânica vêm construído para conectar a Rota da Seda chinesa, no continente Sul Americano, provoca análises cujas interpretações descortinam logísticas e cadeias de suprimento com perspectivas otimistas. Está em curso a implantação de um projeto que fomenta maior integração do continente, como consequência de um potencial desenvolvimento tecnológico e comércio ampliado. Ainda duvidoso, é inexorável o incremento do comércio com o hemisfério norte, em especial com a China.
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Por rodar 4.000 km num caminhão, por quatro países e ter que embarcar em um porto estrangeiro, passando por quatro fronteiras, para transportar carga para portos no exterior, há incredulidade de que alguém utilize tal logística do Brasil para a China. O argumento é que sai mais econômico, rápido e seguro embarcar direto nos portos brasileiros, em grandes navios, para o Oriente. Por isto e ao limitar a sua vantajosidade à ampliação do comércio na América do Sul, convém analisar esse novo arranjo logístico a partir do interesse chinês.
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Outro fator resistente e desfavorável à Rota Bioceânica, como estratégia logística e rota de comércio com a China, é a necessidade de subir 4.000 metros. A inauguração anunciada pelo ministro Renan Filho para este ano é a ponte para o Paraguai em porto Murtinho. Essas obras são financiadas pela parceria entre os governos brasileiro e paraguaio, com recursos da Itaipu Paraguai. em torno de US$ 89 milhões. Um contexto com forte apelo da conveniência estratégica chinesa no comércio e dos interesses do Brasil nos investimentos da China.
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Ao reduzir em 15 dias no transporte para Ásia e Oceania, como é previsto e anunciado, o Corredor e a Ferrovia Bioceânico, integrando nessa rota quatro países: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, fortalecem o propósito nacional de transformar o Mato Grosso do Sul em um centro de distribuição de mercadorias, hoje exportadas pelo Porto de Santos. O desenvolvimento tecnológico tornará essa vantagem ainda maior do que parece.
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A competitividade do Porto de Santos é fator relevante na decisão de construir a Rota Bioceânica. Assim como, o êxito deste projeto irá influenciar a projeção de longo prazo, sobre o atual principal porto do hemisfério sul. Considerando, também, que esse Corredor Bioceânico tem muitos desafios para vencer, de ordem política, logística, comercial e financeira para a sua operação plena e concorrencial, efetivamente avaliada.
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Portanto, é complicado ora antever o resultado do Corredor Bioceânico, sob o conceito de custos de distribuição e agilidade da carga, sem levar em conta a possibilidade de construir o Porto de Santos do Futuro. Como resultado de uma transformação impulsionada pela inovação, sustentabilidade e digitalização, que mantenha a vantagem da navegação pelo Cabo da Boa Esperança, ainda que um pouco mais distante.
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