Não existe mais uma diferença entre nossas estratégias de negócio e nossas estratégias de sustentabilidade (Alan Jope, CEO da Unilever)
Uma discussão que persiste no Brasil é o nível de estatização das empresas de serviços públicos. Vale o refrão: nem mais, nem menos Estado; na medida da necessidade. O Porto de Santos teve uma época áurea por 90 anos, desde o navio à vela; até hoje, não foi superado por algum porto brasileiro. A empresa de capital aberto, Companhia Docas de Santos, controlada pela família Guinle, construiu um porto com uma concepção e engenharia – projetos a bico de pena e tinta nanquim, sobre papel canson – de referência mundial. O projeto do impactante terminal de contêineres da Libra, de passado recente, da década de 80, terminou em tribunais por incompetência empresarial, que se balizou pela má política e pecou na gestão.
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O PT encaminhou resposta à 4ª pergunta, que restou do questionário pelo Portogente.
Pergunta: No passado, as empresas portuárias administradas pelo Governo Federal tinham seus dirigentes indicados por cotas partidárias, independentemente de o indicado ter ou não conhecimento nas respectivas áreas. Em seu mandato, como se dará a indicação nas Companhias Docas de gestão federal?
Resposta: A indicação das empresas portuárias administradas pelo Governo Federal seguirá critérios técnicos. Vamos trabalhar na perspectiva de colocar as pessoas adequadas em posições estratégicas, nas quais elas possam colaborar com o desenvolvimento do projeto escolhido pelo povo brasileiro nas urnas.
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Supostamente, o projeto escolhido pelo eleitor deve resultar valores para o progresso e justiça social. Portanto, esta condição será possível se o porto, em particular o Porto de Santos, tiver uma gestão competente para administrar riscos. Hoje essa escolha, que os Guinle fizeram com singularidade, traduz-se por senso de uma comunidade com interesses distintos, em grande parte.
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No horizonte contemporâneo dos negócios, o capital continua internacionalizado e com uma pauta mais intensa de compromissos, que refletem na competitividade empresarial. É o caso da ESG, sigla em inglês para (Ambiente, Social e Governança). Uma Nova Ordem, digamos assim, de entendimento ainda raso, porém, definitiva. No contexto da relação do porto com a cidade, por suas externalidades, podem até mesmo em ir além da poligonal do porto. Todavia, são esforços que devem ser motivados também para manter o vínculo Porto&Cidade, como uma vantagem para a cidade.
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Ao se destacar mundialmente a relação Porto&Cidade, como é explicito em iniciativas como a europeia Port et Ville, estamos falando de providências urgentes, no caso do Porto de Santos, por exemplo, no Distrito industrial e Portuário da Alamoa e, também, sobre o navio depósito de gás, do grupo Cosan, próximo à cidade e que tem um poder de explosão maior do que a bomba de Hiroshima. Por óbvio, uma situação dessa, hoje, não tolera mais uma diretoria com propósitos políticos, sem responsabilidade com os resultados.
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Qual é o Porto de Santos que a sua comunidade quer do próximo governo Bolsonaro ou Lula? Até agora, ainda há muitas incertezas no projeto de desestatização, do ministério da Infraestrutura – Minfra. Restam pouco mais de dois meses para o prazo deste ano. Nesse tempo, é possível traçar perspectivas para um projeto transformador, como foi o dos Guinle, para os próximos 50 anos. Há competência para mediar um diálogo, com visão de uma Autoridade Portuária planejadora e padrões globais.
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