A Navegação no Brasil de 1960 até a extinção o Lloyd Brasileiro em 1997.
Sílvio dos Santos
Caros leitores,
Neste artigo, na continuação do tema navegação, abordaremos a navegação no Brasil no período de 1960 a 1997, ano de extinção do Lloyd Brasileiro.
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O Guanabara pertencia à série Baía. Foram construídos no estaleiro finlandês
Valmet O/Y de Helsinque, no final da década de 50. Os outros navios eram
Todos os Santos, Turiaçu e Paranaguá. Três deles prestaram serviços ao Lloyd
até 1980. Foto: José Dias Herrera – Acervo: Laire José Giraud
A Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro foi uma companhia estatal de navegação, fundada em 19 de fevereiro de 1894, pela incorporação ou encampação de diversas empresas de navegação. A empresa foi extinta em outubro de 1997, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso com o Plano Nacional de Desestatização, para dar um fim à crescente dívida, que atingiu níveis dramáticos no final da década de 80 e início dos anos 90, com o arresto (apreensão judicial) de navios.
Segundo o artigo de Laire José Giraud de 5 de março de 2007, publicado pelo Portogente, nesse período os serviços regulares do Lloyd abrangiam dez linhas, inclusive o Extremo Oriente, com destaque para o tráfego europeu, para onde mantinha sete saídas mensais, e para os Estados Unidos, para onde partiam seis embarcações por mês.
Na década de 70, vieram os famosos “Itas”, que homenageavam os velhos navios da Companhia Costeira. Eram 14, dos quais 12 foram construídos no Brasil. Entre esses liners, navios de linha regular, podem ser citados o Itapuca, Itagiba, Itaité, Itanagé, Itassucé, Itapura, Itaquatiá, Itaipé e Itapagé.
Os Itas foram construídos entre 1970 e 1972. O Cantuária e o Itaberá, também pertencentes à série, saíram de estaleiros estrangeiros e não de nacionais.
A armadora aderiu à tecnologia de jumborização (aumento do tamanho) de navios, que custava menos que a construção de um novo cargueiro. Com isso, a companhia também acompanhava a evolução do transporte marítimo, mais especificamente da intensificação do uso do contêiner.
Os navios jumborizados deslocavam 12 mil toneladas, mediam 160 metros de comprimento, comportavam 19.822 metros cúbicos de cargas, inclusive frigorífica. O financiamento foi da Superintendência Nacional da Marinha Mercante, Sunamam, na época do Ministério dos Transportes.
Ainda, segundo Laire, alguns dos navios do Lloyd foram leiloados para quitar parte das dívidas. A empresa alemã Eckhardt Marine, de Hamburgo, adquiriu o Itaquatiá, Itanagé, Itapé, Itaité e Itapagé.
A armadora nacional Norsul adquiriu os graneleiros Rio Apa, Rio Trombetas e Rio Branco. Esses navios ficaram, durante vários anos, ancorados na baía de Guanabara.
Fonte: http://www.navioseportos.com.br/
As dimensões dos navios desse período a partir de 1975 ultrapassaram a 20.000 tpb e atingiram 30.000 tpb em 1987, último ano que o Lloid adquiriu uma embarcação, com comprimento acima de 160 m, boca de 25,0 a 30,0 m e calado de 10,0 a 12,0 m.
TPB ou DWT é soma de todos os pesos variáveis que um navio é capaz de embarcar
em segurança. É constituído pelo somatório dos pesos do combustível,
água, mantimentos, consumíveis, tripulantes, passageiros, bagagens e carga embarcados.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lloyd_Brasileiro
http://www.portalnaval.com.br/noticia/livro-narra-a-historia-das-maiores-companhias-de-navegacao/