A quem servem as atuais diretorias dos portos do Brasil? Repetindo o passado, são indicações pessoais desalinhadas dos objetivos dos portos e justificadas por argumentos absolutamente anacrônicos em relação à evolução do comércio global. Tampouco pode se esperar solução adequada e ágil de uma decisão unilateral a partir do Ministério da Infraestrutura na definição do urgente modelo de administração portuária, levando em conta as múltiplas funções dos portos. Não é necessário errar mais no estabelecimento das condições que devem operar os portos brasileiros, integrados com suas comunidades e áreas de influência.
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O ministro Tarcísio Gomes de Freitas tem competência técnica e articulação política reconhecidas para bem realizar um novo tempo de desenvolvimento do Brasil. De fomentar nossos portos como entrada de riquezas e da pujança econômica desejadas. A chave é a competitividade ao estimular a integração e desestimulando o monopólio. A comunidade do comércio marítimo aguarda impaciente o movimento de pedra da abertura. Afinal, todos pressupõem conhecida a tática para alcançar os patamares similares aos melhores portos asiáticos, como anunciou o presidente Bolsonaro em campanha.
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Por que ainda não se delineou, ou não se anunciou, as estratégias para mudar, como e onde se quer chegar? A competição portuária moderna deve buscar a produtividade. Nisso avulta o papel da Autoridade Portuária em orientar a alocação efetiva de recursos, sem prejudicar a operação dos complexos existentes. Em um contexto que abrange os navios e suas escalas marítimas, bem como a área de influência do porto. Nesse cenário onde participam recursos compartilhados, a fuga de carga se traduz por deficiência sistêmica. Todos trabalhando juntos para fazer mais.
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Nesses mais de cem dias de governo foi apresentado um discurso fragmentado que só tem contribuído para obscurecer o entendimento, desestimular iniciativas e causar inquietação no setor. Todavia, todos têm muito a dizer e suas atividades precisam ser harmonizadas, para aumentar a produtividade e estabelecer condições para novos negócios. Objetivamente, o porto deve ser um ponto de concentração de um grande volume de importações e exportações, praticando tarifas competitivas.
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Será inovador e producente o ministro Tarcísio de Freitas utilizar sua rede de Twitter para expor também, de forma detalhada, o que o Ministério da Infraestrutura planeja como reforma portuária. Por baixo custo, essa agenda poderá aumentar a produtividade do capital investido nas logísticas que cruzam os portos brasileiros.