Em obediência aos princípios constitucionais da publicidade e transparência, cabe ao diretor-presidente Casemiro Tércio Carvalho, da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), esclarecer a nomeação de comissionado que "não detém integralmente os requisitos necessários", sejam lá quais forem esses requisitos, para ganhar salário mensal bruto de R$ R$ 25.966,55, conforme revela o Blog do Bruno Merlin, neste Portogente. Ainda no mesmo feitio da velha política, "indicações" empregaram mais de vinte outros profissionais de fora dos quadros de concursados da Companhia (confira aqui a lista), com salários superiores a R$ 19.900,00. "Tudo como Dantes no quartel de Abrantes", diriam as âncoras no cais portuário.
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* Diretoria da Codesp indica gerente sem requisitos necessários para a função
Não é por acaso que o principal porto do Hemisfério Sul vive hoje duas realidades divergentes: aquela que o presidente Carvalho planta na mídia e a rotina da Autoridade Portuária com a sua comunidade. Isso significa que o Porto fica sem perspectiva de alcançar a produtividade dos portos asiáticos, como prometeu em campanha Jair Bolsonaro. Sem reforma urgente dos portos, a política para o setor será um fracasso retumbante. A atividade portuária, não é demais repetir, envolve muitos interesses. Tampouco terá acolhida qualquer intenção de implantar monopólios contrários aos interesses nacionais.
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* Porto de Santos: mudança para pior?
Santos e os demais portos brasileiros precisam de administrações que realizem muito mais do que derrubar paredes de escritórios e criar conflitos com suas comunidades. Elas precisam resolver problemas. Enquanto isso, os parâmetros necessários para promover produtividade mundial vêm sendo tratados de forma inadequada, como é o caso da dragagem. Há muito mais do que contrato de dragas a ser considerado. Evitar a judicialização na implantação de um novo modelo portuário é também fator essencial de tempo e resultados.
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* A descentralização dos portos do secretário Piloni
O único modelo de descentralização para o Porto de Santos passa pela Autoridade Portuária landlord , onde a gestão é pública e a operação portuária é privada. Mais de 80% dos portos do mundo, e os melhores, adotam esse sistema. É uma bobagem o discurso de que só o privado funciona, como bem demonstrou o comando do cassino da Lava Jato por empresas privadas. Nem Estado mínimo nem máximo, apenas o necessário. Isso significar harmonizar as relações comerciais predominantes na atividade portuária.
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* Privatização de Portos Públicos
Portogente, em seu papel de think tank e para cooperar com novas ideias para a inovação, debate, a partir de 15 de maio próximo, a privatização da dragagem do Porto de Santos, com foco na construção de uma nova Autoridade Portuária de gestão descentralizada. O objetivo é que, ao apresentar caminhos alternativos, seja possível implementar soluções mais produtivas, o principal benefício seja reduzir os custos portuários.