O blog do jornalista do Portogente, Bruno Merlin, expõe o papel aniquilador do Portus pela União com os interventores desde agosto de 2011 e do atual, Luis Gustavo da Cunha Barbosa, que se abotoou no cargo, desde maio de 2016, em desrespeito à imposição legal de seis meses prorrogáveis por mais seis. Ainda que se pretenda entender diferente, os institutos de seguridade dos empregados de empresas estatais constituem as medidas de proteção social que o Estado implementou.
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* Portus: solução injusta ameaça contribuintes e privatização de Autoridades Portuárias no Brasil
Essa atuação ilegal do interventor prejudica a conformidade (compliance) do Governo Federal e emperra a busca de uma solução financeira para o instituto. Por outro lado, ao mesmo tempo em que é proposto reforço de caixa pelo aumento da contribuição dos empregados, é também desconsiderado um encontro de contas, com os reflexos da corrupção nos portos, a exemplo do pagamento indevido de R$ 18 milhões à Dragabrás, na dragagem do Porto de Santos, que até hoje não foi apurado. Valores que talvez sanem o déficit alegado.
Nosso editorial
* Codesp não explica R$ 18 milhões pagos à Dragabrás e retalia engenheiro
Não menos preocupante é a posição dos sindicalistas de propor espetar a solução do déficit do instituto na conta dos trabalhadores, que sempre contribuíram corretamente. Como destacou Bruno Merlin, é extremamente injusta. Por essa quebra de confiança, esse debate está prejudicado. Afinal, o que está em jogo é o direito conquistado de trabalhadores que têm a qualidade da sua justa aposentadoria ameaçada, de forma obscura.
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Essa fragilidade no ambiente de negociação acaba atingindo a imagem do governo. Principalmente por permitir um interventor despropositado promover uma grave ameaça social. Trata-se de uma situação que envolve conjunturas e instituições governamentais. Portanto, convém buscar a saída urgente junto aos presidentes da República Jair Bolsonaro e do Congresso Nacional, Rodrigo Maia; e até do ministro da Justiça Sérgio Moro.
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* Ações contra o Portus se multiplicam e Sindicato do Pará sai na frente
O que se assiste é um primitivismo no trato de um assunto que integra a base de sociedades adiantadas. Há 15 dias, a Procuradoria da República do Distrito Federal denunciou 26 pessoas investigadas na Operação Greenfield, por irregularidades nos fundos de pensão da Caixa Econômica, Correios e Petrobrás. Por que não se investiga as irregularidades do Portus?