Os portos brasileiros estão numa encruzilhada: ou avançam para ter papel retumbante no comércio mundial em tempos de tecnologias inteligentes; ou continuará a reboque
Nove meses já passados do governo de Jair Messias Bolsonaro e ainda não se vislumbra sequer um sinal de política pública eficiente aplicada nos portos brasileiros. Por isso, a angústia da pergunta: os portos brasileiros estão preparados para o novo paradigma digital? Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o panorama local deverá aumentar o comércio mundial em US$ 1 trilhão em dez anos. Os principais portos do mundo já estão implantando tecnologia inteligente e produtividade compatível com esse novo horizonte.
Bela vista do Porto de Barcelona, na Espanha, à noite. Imagem gratuita.
Dia a Dia
* Reforma portuária sem leme
Esse novo padrão irá promover melhoras da qualidade e da eficiência na movimentação portuária e na cadeia de suprimentos. Os principais afetados, para o bem ou para o mal, serão os nossos exportadores e importadores, que há muito denunciam que as perdas de produtividade ocorrem entre as portas da produção e o mercado.
Polêmica
* Descentralização dos portos antes de pensar em privatização
A questão, ao que parece, vem sendo tratada no âmbito da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), repartição ligada ao Ministério da Infraestrutura, apenas como se a privatização das Autoridades Portuárias fosse suficiente para garantir serviços ágeis e seguros nos portos nacionais. Errado, como mostra o sistema “Porto sem papel” cujo início se deu em 2009 e ainda não está plenamente implantado.
Editor
* Portos: qual privatização?
O potencial desse novo tempo é a tecnologia Blockchain compartilhada pela comunidade portuária. Trata-se de um processo de cooperação conectada entre todas as partes direta ou indiretamente afetadas pelo processo da logístico e cadeia de suprimento portuária. O que exige monitoramento constante e complexo financiamento incompatíveis com o atual modelo de gestão centralizada.
Dia a Dia
* Privatização dos portos: antes, o debate
A Autoridade Portuária também terá seu papel bastante alterado. Diante do imenso impacto na operação da logística portuária, bem como o aumento da complexidade do comércio internacional, convém que a reforma dos portos seja pensada dos fins para os meios. Bem distinto de pensar prioritariamente na privatização.