Sexta, 22 Novembro 2024

Caros leitores,

Neste artigo, na sequência sobre o tema das embarcações coloniais, falaremos dos galeões.

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Segundo o site português “Área Militar”, existe confusão ou falta de concordância, da parte de muitos autores e investigadores entre Galeão e Nau, maior ainda é a confusão que se estabelece entre os vários tipos de Galeões que navegaram pelos mares do mundo a partir do século XVI.

Aparentemente, o Galeão português é um tipo de navio que se distingue dos restantes navios do mesmo tipo, por várias razões.

Tendo uma experiência naval que necessitou de desenvolver os seus próprios navios à medida que as caravelas e caravelões iam avançando para Sul, Portugal deparou-se no inicio do século XVI com um controle e quase monopólio do comercio de especiarias entre a Índia (ou as Índias) e a Europa.

A riqueza de Portugal, decorrente da exploração do comércio com o oriente rapidamente atraiu o interesse de outras potências europeias, as quais estariam em condições de atacar os navios comerciais portugueses.

Com experiência na construção naval, os portugueses iniciaram no século XVI, tentativas no sentido de desenhar um tipo de navio que deveria servir de apoio militar às esquadras portuguesas normalmente constituídas por naus e caravelas armadas, isto é equipadas com baterias de canhões para afugentar ou enfrentar os piratas inimigos.

 Não parece ter havido nenhuma política para esse desenvolvimento tecnológico, mas sim, ao longo dos anos, vários exemplares mais ou menos desgarrados que incorporaram novas soluções a guisa de experiência náutica.

As experiências feitas com as caravelas armadas, não foram as melhores e a engenharia naval portuguesa teria tentado encontrar uma solução que embora fosse menos manobrável, era mais poderosa do ponto de vista militar.

Galeão Português do Século XVI

Nos países Hispânicos, tanto na coroa de Castela e Leão como na Coroa de Aragão, existia a tradição de chamar Galeão, a um grande navio armado para a guerra. Esse navio poderia ser tanto uma grande Urca como uma Carraca, o que na realidade aconteceu.
No entanto, também os portugueses utilizaram essa denominação, pois os registros da construção na Índia de navios de grandes dimensões que foram referidos como Galeões.

António Borges Coelho dá como exemplo o Galeão S. Dinis construído na Índia, afirmando que esse navio era mais longo que a Nau, estando poderosamente armado.
No entanto, também se sabe que há um navio mais longo que a Nau e mais estreito que a Nau, mas a esse navio normalmente dá-se o nome de Carraca.

Já C.R.Boxer, no seu conhecido livro “O Império Marítimo Português 1415-1825" fala sempre em Carracas, e distingue posteriormente os Galeões. Logo, quando se fala em Galeões portugueses da primeira metade do século XVI, está se falando provavelmente de Carracas ou grandes Carracas, muitas vezes armadas para a guerra, as quais viam os seus canhões retirados das posições de tiro, para transportar mercadorias de volta a Portugal.

Estas várias teses, leva à conclusão de que o Galeão português do final do século XVI foi um navio que herdou da caravela de guerra a sua inferior capacidade de transporte, um proa baixa e por isso tinha maior manobrabilidade, dispondo ainda (ao contrário do armamento das Carracas) de um maior numero de canhões de tiro de longa distância do tipo colubrina ou meia colubrina, o que seria normal num navio desenhado especificamente para a guerra.

Surge assim o Galeão Português, embora não se possa ter a certeza de quando é que este tipo de navio começou efetivamente a ser incorporado nas esquadras, sendo essa a razão de tanta confusão entre galeões, carracas, naus e até caravelas.

Referências:

Naus no Brasil Colônia, P. de Godoy, J.E. Senado Federal, Brasília, 2007

http://www.areamilitar.net/directorio/nav.aspx?nn=108

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