Dizem que o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, não quer ver nem trem de brinquedo na frente. Dizem, também, que uma mentira contada várias vezes pode se transformar em verdade. Por isso, para tentar se desviar do “trensalão” – apelido “carinhoso” que o escândalo envolvendo as administrações do PSDB à frente do governo paulista e licitações de trem do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) ganhou nas redes sociais –, o governador contratou não apenas uma, mas logo três agências de publicidade para a hercúlea missão de mostrar o que não é.
Chegou às redes sociais a polêmica envolvendo o novo chefe da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) do Rio Grande do Sul. Arlindo Bonete foi indicação do Partido da República (PR), que expediu convite para seus correligionários para a posse do “Coronel Bonete” no dia 18 último.
Quanto mais se tem, mais se quer, diz o ditado popular. Ele cai como uma luva em fatos que envolvem o grupo Libra Terminais. Além de uma dívida com o Porto de Santos que, parece, estar sendo escrita no gelo, a operadora portuária quer mais. Solicitou ao governo federal, segundo notícias veiculadas na imprensa, a antecipação da renovação de três terminais arrendados – cujos contratos findam entre 2015 e 2020 – no complexo portuário santista, o T-33, o T-35 e o T-37. Acompanhe neste link a situação dos contratos portuários no país.
A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras repousa numa gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), desde agosto último. O requerimento para tal já foi lido em plenário e recebeu adesão bem acima do exigido regimentalmente pela Casa, mesmo assim o assunto não ganhou prioridade. Solicitada para investigar uma transação da petrolífera brasileira em solo estadunidense, envolvendo alguns milhões de dólares, a CPI, todavia, pode “engordar” em termos de situações que fogem ao controle da transparência e dos bons costumes econômicos. Longe do que muitos imaginam, esse tipo de situação nebulosa – para se dizer o mínimo – tem sim reflexos diretos no dia a dia da sociedade brasileira.
Se existe um mistério maior do que os sustentam o ibope das novelas brasileiras, como, por exemplo, “quem matou Odete Roitman?”, este está no Porto de Santos, diz respeito a uma dívida bilionária e envolve vários atores, alguns coadjuvantes, outros protagonistas. Estes são o poderoso Grupo Libra, a diretoria da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq) e a Secretaria de Portos (SEP), entre outros.