Biólogo, engenheiro agrônomo formado pela Universidade de Barcelona e doutor em fisiologia vegetal, José Luis Araus Ortega é um dos cientistas que está preocupado com o futuro da agricultura no mundo. Seus estudos sobre os mecanismos relacionados à produtividade e à capacidade fotossintética dos vegetais já resultaram em trabalhos em parceria com o Centro Internacional para Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), no México, e com a Comissão Europeia, especificamente nos projetos focados em economia de água.
Em entrevista ao Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Ortega falou sobre os métodos de detecção de alterações no metabolismo das plantas e sobre o desenvolvimento de plantas que usam o nitrogênio do solo com mais eficiência. “No futuro, as plantas que responderem melhor a situações de escassez de água e excesso de calor serão fundamentais”, afirma. E alerta: "O clima mediterrâneo é encontrado em muitas regiões do sul da Europa, na costa norte da África e em parte do Oriente Médio. Pesquisas revelam que essa será uma das áreas mais afetadas pelas mudanças climáticas. Esse clima deve sofrer com a redução na quantidade de chuvas e com o aumento de temperatura. A escassez de água prejudica o desenvolvimento das plantas, fazendo com que produzam menos, tenham dificuldade para executar a fotossíntese e pode até provocar a morte. O calor faz com que os vegetais cresçam por menos tempo e tenham mais gastos respiratórios, além de proporcionar um ambiente mais adequado para o aparecimento de pragas."