Quinta, 25 Abril 2024

Caros leitores,

Neste artigo, iremos conhecer o canal do Rio Reno ao Rio Ródano, que permitiu a ligação do porto de Roterdam, no Mar do Norte, ao Mar Mediterrâneo, ligando cidades como Frankfurt, Strasbourg, Lion e também Basiléia, importante porto suíço.


 

Peniche freycinet navegando na cabeceira do Rio Ródano

O canal do Reno ao Ródano começou a ser construído em 1792, no rio Saône, afluente do rio Ródano. A obra também utilizou uma ponte canal para atravessar La Largue em Wolfersdorf. Executada em 1824 a obra é composta por 5 arcos feitos de pedras talhadas. O projeto também utilizou a idéia de um canal de junção entre as duas bacias hidrográficas, alimentado por reservatórios artificiais.

Ponte canal de Wolfersdorf
Eclusa gabarito freycinet no canal Reno ao Ródano
Túnel canal na ligação fluvial do Reno ao Ródano
Ponte canal na ligação fluvial do Reno ao Ródano

O divisor d’água, no seio do vale de Valdieu, é transposto por um conjunto de 11 eclusas com um desnível da ordem de 3 dezenas de metros. Contradizendo a idéia da planitude do canal, a transposição é uma verdadeira escada de eclusas. No total o canal dispõe de 78 eclusas.

Escada de eclusas entre Valdieu-Lutran e Wolfersdorf

Essa ligação estratégica do Mar do Norte ao Mediterrâneo, longe dos perigos da península ibérica, era também uma proeza arquitetural.

Eclusa gabarito freycinet nivelada ao nível d’água de juzante

Existe divergência quanto à data de abertura do canal do Reno ao Ródano. Segundo algumas fontes a inauguração do canal ocorreu em Bensançon, na bacia hidrográfica do Rio Ródano, quando a primeira embarcação partiu para Strasbourg em 3 de dezembro de 1832. Para outros a abertura definitiva da ligação, de Saint Symphorien à Strasbourg, com a abertura do canal entre Mulhouse e o rio Reno, ocorreu em 1834.

O canal sofreu melhoramentos, alongamento das eclusas, notadamente a partir de 1882, com a aplicação do Plano Freycinet de 1879, como resposta a concorrência ferroviária e a construção do Canal d’Est, ligando o Moselle ao Saône em 1883, paralelo ao canal do Reno ao Ródano.

Eclusa gabarito freycinet nivelada ao nível d’água de montante

Em 1921, com a criação da Compagnie Nationale du Rhône, para explorar o potencial hidroelétrico do rio Ródano, e a regularização do rio Reno, com a construção do grande canal lateral na Alsácia a partir de 1930, começa a surgir a idéia da construção de uma nova ligação para embarcações maiores, denominada de ligação com grande gabarito.

Essa nova ligação permitiria a passagem das embarcações que trafegavam no rio Reno e rio Rodano, que transportavam de 1.350 a 3.000 toneladas, bem maiores que as pequenas peniches freycinet de apenas 400 toneladas com 38,5 m de comprimento e 5,5 m de largura.

Canal do Reno ao Ródano na vertente do rio Ródano
Canal do Reno ao Ródano na vertente do rio Reno

Posteriormente, essa idéia evoluiu para os comboios de empurra, um conjunto de 2 barcas empurradas por um rebocador, transportando até 5.000 toneladas, com 185 m de comprimento e 11,4 m de largura, em função da construção do porto de Fós-sur-Mer, na desembocadura do rio Rodáno e do crescimento do porto de Roterdam, na foz do rio Reno.

Os estudos continuaram até a década de 90 quando foram abandonados em função dos grandes problemas ambientais que a obra provocaria e principalmente pela forte concorrência da rodovia, da ferrovia e também da dutovia no transporte de combustíveis.

O alto custo da obra, estimado em 1998 em 28 bilhões de francos, hoje o equivalente a 5,6 bilhões de dólares, além da mudança do perfil das cargas, também tornaram a obra inviável. A necessidade de transportar contêineres nas hidrovias exigiria a elaboração dos projetos com novo gabarito de pontes e eclusas, um fator complicador, face às cidades e pontes históricas que a ligação atravessaria.

Á exemplo de outros canais franceses e europeus, o canal do Reno ao Ródano também é utilizado para o turismo, esporte e lazer, mas perdeu completamente a atividade econômica gerada pelo transporte fluvial.

 

Referências bibliográficas

L’ Office National de la Navigation, La voie navigable: une voie d’avenir. Paris: Automedon, 1980. 56p.

Robin, C., Bergeaud, C. Le français par la méthode directe – Deuxième livre. Paris: Librairie Hachette, 1951. 186p.

http://c_h_b.club.fr/pont/pont-canal.htm

http://www.teaser.fr/u/pgreuter/albumr.htm

http://esiblote.club.fr/index212.htm

http://www.humanite.presse.fr/webhuma/meta13

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