Domingo, 28 Abril 2024

Caros leitores,

 

Hoje, falaremos da carga geral na ferrovia brasileira.

 

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A malha ferroviária americana é praticamente 10 vezes maior do que a brasileira, condição que resulta num total de transporte 4,6 maior em tonelagem anual, mas em toneladas x quilômetros, 11 vezes maior, pois a distância de transporte é 2,4 vezes mais longa.

 

Índice

EUA/Brasil

tonelagem anual

4,6

toneladas x  km

11,1

distância de transporte

2,4

 

As diferenças em relação ao tipo de carga também são grandes. Enquanto as ferrovias americanas transportam praticamente 30% de carga geral, com mais de 13 milhões de embarques de contêineres domésticos e carretas rodoviárias, no Brasil, a carga geral, considerada como aquelas diferentes de graneis líquidos e sólidos, atinge apenas 7%.

 

Total de tku em 2007

concessionária

total

carga geral

%

ALL

   17.386,0

6.537,7

 37,6

CFN

       962,0

652,0

 67,8

EFC

   83.323,7

459,6

   0,6

EFVM

   75.510,5

2.325,7

   3,1

 

Ferroban

1.908,9

583,8

 30,6

Ferronorte

9.393,1

163,4

   1,7

 

Ferroeste

1.100,3

136,4

 12,4

FCA

   14.371,9

5.793,2

 40,3

FTC

       185,9

-

-

MRS

   52.515,4

1.359,0

   2,6

Novoeste

1.201,5

         41,4

   3,4

Total

 257.859,2

  18.052,2

   7,0

Fonte: RF/ANTT

 

 

 

Apesar de ser importante em algumas concessionárias, como a ALL (37,6 %), CFN (67,8%), Ferroban (30,6%) e FCA (40,3%), ela é pouco representativa nas grandes ferrovias que transportam graneis: EFC (0,6%), EFVM (3,1%), Ferronorte (1,7%) e MRS (2,6%). Essa característica decorre da especialização de nossas ferrovias para o transporte de minério de ferro e de grãos agrícolas e, por outro lado, à falta de material rodante adequado para o transporte de carga geral, isto é, contêineres terrestres e vagões para o transporte de carretas.

 

 

* A ferrovia e a crise econômica na América do Norte

* O potencial do transporte de contêineres nas ferrovias

 

Além disso, a limitação dos gabaritos ferroviários e a falta de terminais de transbordo restringem a circulação de trens de carga geral no Brasil. Se hoje, os Estados Unidos têm serviço ferroviário adequado para atender os portos e as grandes cidades com trens expressos de contêineres, equipados com vagões double stack e com grande escala de transporte, foram necessários investimentos na construção de terminais e ampliação dos gabaritos ferroviários nos túneis, viadutos e passagens inferiores. A ferrovia americana é bem integrada com os portos, as rodovias e hidrovias, onde os números de terminais somam milhares de unidades.

 

Fonte: AAR

 

Terminais intermodais nos EUA. Fonte: Departement of

Transportation – National Transportation Atlas/CNT – 2003

 

A integração com operadores rodoviários também é importante, pois a ferrovia não tem sempre os trilhos conectados a todos os clientes e, por isso, elaboram acordos recíprocos dos transbordos com outras estradas de ferro e empresas rodoviárias que servem a esses pontos. Essa parceria é produtiva, pois resulta em atendimento coordenado e um comprometimento entre os serviços oferecidos individualmente pelos transportadores em cooperação.

 

Referências bibliográficas

BALLOU, Ronal H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4.ed, São Paulo: Bookman, 2001. 532 p.

 

American Association of Railroads: <http//www.aar.org>.

 

Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos -2005.

 

Revista Ferroviária – março de 2009.

Leia também

* Os números das ferrovias americanas e canadenses

* Os índices de desempenho das ferrovias americanas e canadenses

* Os números do transporte ferroviário de carga na União Européia

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