Segunda, 29 Abril 2024

Caros leitores,

 

Hoje, falaremos das ações que possibilitam a integração da ferrovia.

 

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A recuperação da ferrovia, tanto na Europa como nos Estados Unidos da América, foi resultado de uma nova gestão operacional somada a utilização de equipamentos adequados aos fluxos e as cargas transportadas. Essas ações possibilitaram a integração entre os diversos modos de transportes, cada um em sua melhor performance.

 

Ballou (2001), em “Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos”, afirma que: o importante para as ferrovias, é tracionarem cargas volumosas e em grandes distâncias, pois dessa maneira estará distribuindo os custos fixos elevados, característicos das ferrovias, diminuindo os custos unitários, trabalhando com os parâmetros com os quais a ferrovia foi dimensionada.

 

Complementando, Ballou (2001) ressalta a importância da integração modal para a ferrovia atender os clientes distantes da ferrovia, através de acordos com empresas rodoviárias e mesmo com outras ferrovias.

 

 

Transtêiner sobre trilhos em pátio ferroviário

 

Lambert, Stock e Vantine (1998) também ressaltam a importância da integração entre os modos de transportes, descrevendo exemplos de associação de ferrovias com empresas rodoviárias, fazendo o serviço porta-a-porta entre a Califórnia e o Meio-Oeste americano.

 

 

Transtêiner sobre pneus em pátio rodoviário

 

No Brasil, a falta de um único responsável pelo transporte intermodal, retardou a pratica do transporte integrado devido a não regulamentação dessa atividade. Somente em dezembro de 2003, a regulamentação foi editada pela ANTT, que possibilitou finalmente, o transporte multimodal, com a criação da figura do Operador de Transporte Multimodal (OTM).

 

A carga geral em contêiner praticamente não existia na ferrovia brasileira. Durante o ano de 2004 foram transportados 150 mil TEU (unidade equivalente ao contêiner de 20 pés), e em 2007 superou a marca de 250 mil TEU nos diversos serviços de trens expressos que são oferecidos pelas concessionárias, de acordo com as estatísticas da ANTT.

 

 

Vagões para carretas rodoviárias e contêineres

 

A principal dificuldade para o serviço intermodal (vários responsáveis) ou multimodal (um só responsável) é a ausência de terminais de integração entre os modos de transporte. Segundo a Revista Ferroviária, maio de 2003, 123 novos terminais tinham sido construídos pelas concessionárias desde a privatização, e de acordo com informações da Agência Nacional de Transportes Terrestres, os terminais ferroviários ainda não totalizavam 1.000 unidades em 2007, números modestos quando comparados com a Europa ou Estados Unidos da América, que somam mais de 10.000 unidades.

 

Finalmente, outro fator que inibe a integração modal é a falta de contêineres para uso doméstico, pois os contêineres disponíveis estão vinculados ao transporte internacional de exportação e importação.

 

Referências bibliográficas

LAMBERT, Douglas M.; STOCK, James R.; VANTINE, José G. Administração estratégica da logística, São Paulo: Vantine Consultoria, 1998. 912 p.

 

Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos -2005.

 

BALLOU, Ronal H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4.ed, São Paulo: Bookman, 2001. 532 p.

 

Revista Ferroviária, maio de 2003.

 

Website ANTT: www.antt.gov.br

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