Quinta, 21 Novembro 2024

Caros leitores,

 

Hoje, falaremos das primeiras ações de modernização da ferrovia brasileira.

 

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A primeira ação para a modernização da ferrovia brasileira, a opção pelo modelo americano, está relatada em “150 Anos de Ferrovia no Brasil”, edição especial da Revista Ferroviária em abril de 2004, da Associação Nacional de Transportadores Ferroviários, quando em 1952, Vargas incluiu o sistema ferroviário na pauta da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos.

 

A criação da Rede Ferroviária Federal S. A., também tem origem no segundo governo de Vargas, 1950 a 1954, segundo a Associação Nacional de Transportadores Ferroviários (2004).

 

Após os estudos da Comissão Mista Brasil - Estados Unidos a ferrovia brasileiro começou a mudar, adotando:

 

·     Tração diesel-eletrica em substituição a tração a vapor;

·     Truque 2 eixos com 20 toneladas/eixo;

·     Trilhos pesados;

·     Engates do tipo americano em substituição ao tipo europeu;

·     Freios a ar comprimido em substituição a vácuo;

·     Erradicação dos ramais deficitários;

·     Prioridade para o transporte de carga;

·     Trens unitários;

·     Trens longos.

 

 

Antigo vagão da Companhia Docas de Santos com antigo engate europeu

 

 

Locomotiva da Companhia Paulista com

engate americano. Foto de Sergio Martire

 

 

Com essas modificações a ferrovia brasileira adotou o padrão americano, o qual se tornou seu principal fornecedor de material rodante, vagões e locomotivas, e material ferroso: trilhos, fixações e aparelhos de mudança de via (amv). Posteriormente com a industrialização do Brasil, essa fabricação ocorre aqui inclusive das locomotivas.

 

Entretanto, a mudança para o padrão americano não recuperou as ferrovias brasileiras, pois ao contrario dos Estados Unidos a administração e operação das ferrovias brasileiras estava sob o regime estatal.

 

No regime estatal começa o declínio operacional, novas linhas não são construídas. Apesar de optar pelo modelo americano e ter a mesma área territorial, a malha brasileira é praticamente 10 vezes menor, fator que limita a participação da ferrovia na matriz de transporte.

 

A extensão da ferrovia brasileira de 35 mil quilômetros, foi diminuída com a erradicação dos ramais anti-econômicos, durante as décadas de 60 e 70. Novas linhas somente foram construídas nas décadas de 80 e 90 com as ferrovias:

 

·     Estrada de Ferro Carajás – Maranhão e Pará;

·     Ferroeste – Paraná;

·     Ferronorte – Mato Grosso do Sul;

·     Ferrovia Norte Sul – Maranhão.

 

Atualmente a extensão da malha brasileira soma aproximadamente 28,5 mil quilômetros.

 

Com a privatização ocorrida na segunda metade da década de 90, a ferrovia brasileira começou uma recuperação, hoje, de acordo com a Superintendência de Serviços de Transporte de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o transporte ferroviário no país representa 24% do total em relação a matriz de transportes. Os números da agência registram um volume transportado no ano passado de 416 milhões de Tonelagem Útil (TU), o que corresponde a uma produção de transportes de 258 milhões de Toneladas por Quilômetro Útil (TKU).

 

As principais cargas transportadas pelo modal ferroviário em 2007, segundo a ANTT, foram minério de ferro, com 307,4 milhões de toneladas, produtos siderúrgicos, com 21, 4 milhões de toneladas, e soja e farelo, com 19,56 milhões de toneladas.

 

Referências bibliográficas

Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos -2005.

 

“150 Anos de Ferrovia no Brasil”, edição especial da Revista Ferroviária em abril de 2004.

 

Superintendência de Serviços de Transporte de Cargas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

 

Diário Catarinense – Edição de 30 de março de 2008

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