Caros leitores,
Hoje, falaremos das causas que determinam as baixas velocidades das ferrovias brasileiras.
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Infelizmente, além das ferrovias que são especializadas no transporte de grandes quantidades de cargas a granel de minério de ferro e grãos agrícolas, nossas demais ferrovias, de um modo geral, têm uma velocidade baixa. O gargalo é resultado da má conservação da via permanente.
Como a linha ferroviária está assentada sobre uma estrutura composta de vários elementos como lastro, dormentes, fixações, trilhos, etc., a falta de manutenção desses elementos resulta imediatamente em uma diminuição de velocidade do trem.
No gráfico apresentado acima, notamos a velocidade média de percurso de uma típica ferrovia brasileira com manutenção postergada, onde ocorreu uma variação de 16 a 22 km/h entre os anos de 2000 a 2003. Os números são extremamente baixos e resultado da limitação de velocidade com a finalidade de evitar acidentes. O valor de julho de 2000 reflete provavelmente uma ocorrência de bloqueio parcial da via.
Essa situação é fruto do grande período de abandono das ferrovias ocorrido anterior à privatização do setor e que as concessionárias estão tentando minimizar com os investimentos na via permanente e na sinalização. Entretanto, diversos trechos ferroviários não receberam melhorias e, lamentavelmente, outros estão abandonados.
Se numa primeira etapa as concessionárias investiram em vagões e locomotivas, o investimento na via permanente é inadiável, pois sem a devida manutenção a tendência será de velocidades mais baixas diminuindo as vantagens da ferrovia.
A troca de trilhos e dormentes, a utilização de fixação elástica e trilhos soldados, somados a recuperação do lastro, permitirá fazer o realinhamento da linha que resultará em velocidades maiores, além de um tráfego mais seguros com menos acidentes.
Referências bibliográficas
Centran – Centro de Excelência em Engenharia de Transporte – O Sistema Ferroviário – Carlos Alceu Rodrigues.
Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos - 2005.