Domingo, 28 Abril 2024

Caros leitores,

Hoje, continuaremos a abordar o tema das bitolas descrevendo alguns dispositivos utilizados para transpor bitolas diferentes.

 

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Antes de iniciar o texto gostaria de fazer algumas retificações: A Estrada de Ferro Jarí tem a bitola padrão 1,435 m e não de 1,600 m, como estava apresentado em artigo anterior. Recentemente, no Brasil, a bitola padrão tem sido utilizada em diversas linhas de metrô em São Paulo como a Santo Amaro - Capão Redondo e a Linha 4.     

 

Nas fronteiras as diferentes bitolas obrigam as companhias ferroviárias a fazerem custosos e demorados transbordos de mercadorias e passageiros. Na fronteira russo-polonesa, existe a troca de truques graças as instalações de elevação dos vagões e carros de passageiros. Esse sistema também é utilizado em Uruguaiana no intercambio de vagões entre o Brasil e a Argentina, cujas fotos abaixo mostram esse tipo de operação.

 

 

Ponte rodo-ferroviária Brasil Argentina

 

 

 

Sistema de troca de truque em Uruguaiana 1,000 m e 1,435 m

 

Na fronteira franco-espanhola, perto de Port Bou, são utilizados carros de passageiros com eixos de bitolas variáveis, cujo trem é denominado de Talgo. As rodas podem ser fixadas sobre o eixo em duas posições diferentes correspondendo as 2 bitolas das linhas adjacentes, graças a um dispositivo especial de trava que é acionado no momento de troca de via. Pela ação dos próprios trilhos e de um contra-trilho as rodas são conduzidas para a nova posição e ai travadas novamente. A operação é efetuada a uma velocidade de 3 km/h, ou seja, um trem com 25 vagões faz a operação em 10 minutos, um tempo equivalente para os tramites legais de fronteira. 

 

 

 

  

Sistema "Talgo RD", para trocar automaticamente

a distância entre as rodas dos eixos

  

Outra técnica para transpor os obstáculos das diferentes bitolas é a utilização do terceiro trilho, pratica muito utilizada no Brasil, na região sudeste onde existem as bitolas de 1,600 m e 1,000 m. Entre os dois trilhos da bitola larga é colocado o trilho da bitola estreita, com foi feito entre Campinas e a Baixada Santista nas linhas da ex-Fepasa. Campinas é o entroncamento das linhas de bitola larga das antigas Paulista e Araraquarense e também da linha de bitola métrica da ex-Mogiana. Os trens de ambas as bitolas podem trafegar no trecho de bitola mista, assim a como as linhas da antiga Sorocabana, esta de bitola métrica, que também se conecta a esse trecho na altura de Mairinque.

 

3º trilho da ex-FEPASA entre Boa Vista e Mairinque

 

 

Referências bibliográficas

Encyclopedie des Chemins de Fer - François Get et Dominique Lajeunesse - Editions de la Courtille - Paris - 1980 - 557p.

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