Caros leitores,
Hoje falaremos dos trens de carga na ferrovia americana
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Se o modelo brasileiro optou pela regionalização das malhas, o modelo americano, apesar de também ser regionalizado, permitiu a construção de linhas ferroviárias paralelas com diversas concessionárias competindo em uma mesma região, inclusive com a participação de ferrovias canadenses como a Canada Pacific e a Canadian National.
Nos Grandes Lagos, na região de Chicago, Detroit, Cleveland e Toronto, a malha ferroviária é composta por diversas ferrovias “Classe I”, eixos principais, e complementadas pelas short lines, isto é, linhas curtas integradas aos eixos principais, que concorrem lado a lado, tornando o serviço ferroviário eficiente e barato.
Abaixo a lista dessas ferrovias:
· CSXT Corporation
· CR - Conrail
· NS – Norfolk Southern
· CN – Canadian National
· CP - Canadian Pacific
Carta parcial das ferrovias americanas e canadenses.
Fonte: Mapa da Union Pacific Railroad
A concorrência entre as ferrovias Classe I ocorre em toda a Costa Leste e no Meio oeste, no Vale do Mississipi, onde outras grandes ferrovias também disputam o mercado de carga, Sempre integradas com as dezenas short lines, como as:
· IC – Illinois Central
· KCS – Kansas City Southern
· BNSF – Burlington Northern Santa Fe
· UPR - Union Pacific Railroad
A concorrência entre a BNSF e Union Pacific se estende até a Califórnia, na costa leste, onde também disputam o mercado de cargas, também integradas a dezenas de short lines.
A conexão ferroviária entre a Costa Leste e a Costa Oeste, permite o serviço ferroviário atender os portos e as grandes cidades americanas com trens expressos de contêineres, equipados com vagões double stack, com grande escala de transporte, que reduz significativamente as tarifas.
Vagões double stack das ferrovias americanas. Fonte: AAR
A American Association Railroads publicou em 2005 que mais de 42% das cargas entre as principais cidades americanas são transportadas em uma malha ferroviária de mais de 234 mil quilômetros, atendidas por um serviço de transporte combinado, onde os contêineres carregam toda sorte de mercadoria, de eletrônicas a móveis, de sucos de laranja a ferramentas de jardinagem, além de deslocar 66% do carvão que produzem a metade da energia elétrica americana e 40% dos grãos.
A ferrovia americana é bem integrada, enquanto o número de terminais de integração da ferrovia brasileira com os outros modos de transportes está na ordem de 300 unidades, os números das ferrovias americanas somam milhares de terminais.
Fonte: Departement of Transportation – National
Transportation Atlas/CNT – 2003
Outro aspecto importante para integração do modal é a parceria com as transportadoras rodoviárias, pois essa associação resulta em atendimento coordenado e um comprometimento entre os serviços oferecidos individualmente pelos transportadores em cooperação. Isto é, mesmas características de custo e desempenho entre os transportadores participantes.
A integração com operadores rodoviários é importante, pois a ferrovia não tem sempre os trilhos conectados a todos os clientes e para por isso elaboram acordos recíprocos dos transbordos com outras estradas de ferro e empresas rodoviárias que servem a esses pontos.
Referências bibliográficas:
BALLOU, Ronal H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4.ed, São Paulo: Bookman, 2001. 532 p.
American Association of Railroads: www.aar.org.
Um Estudo Sobre a Participação do Modal Ferroviário no Transporte de Cargas no Brasil, dissertação de mestrado UFSC, Sílvio dos Santos -2005.