O Hotel Atlântico é uma das jóias raras da cidade de Santos, no litoral paulista. Teve sua construção iniciada em 1908 e foi inaugurado em 1922. Sua construção neoclássica impressiona a todos que passam pelo cruzamento das avenidas Presidente Wilson e Ana Costa. O glamour do período de 91 anos também faz parte do dia-a-dia do Hotel. Segundo o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Vanessa Rodrigues Alvarez, o empreendimento, em 1923, possuía 150 quartos, salões de festas, chás e refeições, este com chão de mármore branco e negro. As refeições eram realizadas ao som de piano.
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Não custa lembrar que a frequência era predominada por pessoas ricas e famosas, bem como por artistas populares e políticos.
Vanessa conta que, durante a II Guerra Mundial, o local foi transformado em quartel. Por causa do black-out, à noite, cortinas de veludo negro cobriam as janelas. Na época, temia-se que o adversário alemão se orientasse pelas luzes da Cidade para atacar.
Com o cassino fechado pela proibição do jogo de azar no Brasil, em 1946, por determinação do então presidente Dutra, roletas e outros instrumentos passaram a ser mantidos cobertos por lençóis amarelos. Um dia, caminhões de transporte levaram tudo, não se sabe para onde.
Sua fachada foi tombada pelo Condephaat. O Atlântico mantém as janelas de cristal europeu e os batentes e porta giratória do hall de entrada de madeira de lei.
Eis algumas pessoas de destaque que foram hóspedes do famoso hotel: Luiz Carlos Prestes, Maria Betânia, Gal Costa, Jamelão, Wando, Alcione, Jair Rodrigues e Mario Covas, entre outras personalidades. Tudo isso sem deixar de lembrar das várias delegações de times de futebol que ali se hospedaram.
O Hotel Atlântico que sobreviveu ao tempo é um orgulho para a cidade de Santos; é o verdadeiro passado no presente!
Referência
Livro Memórias da Hotelaria Santista, de Viviane Pereira Helena Maria Gomes e Laire José Giraud.
