Sexta, 27 Dezembro 2024

Na semana passada, quando me dirigia para a Alfândega de Santos, resolvi mudar o itinerário que costumo fazer e fui pela histórica Rua XV de Novembro, uma das mais importantes da cidade, conhecida também como a Wall Street santista.

Na Rua XV funcionavam a Bolsa Oficial do Café, consulados, exportadoras de café, agências marítimas, restaurantes, tipografias, companhias telegráficas e tudo o mais de uma via onde negócios eram decididos e realizados.


O imponente edifício da Bolsa do Café, atual sede do
Museu do Café do Brasil. Foi inaugurado durante os
festejos do Centenário da Independência do Brasil,
em 1922. Reprodução.

Antes de ir à Alfândega, fui até a Cafeteria do Museu do Café, onde saboreei uma deliciosa xícara de café. A cafeteria fica no prédio da Bolsa Oficial de Café, inaugurado em 1922, no Centenário da Independência. Depois segui em direção à Praça Barão do Rio Branco.

Durante a caminhada, observei mais atentamente os prédios antigos do Centro Histórico, onde funcionavam bancos, dentre os quais cito o City Bank, Bank of London, Banco Francês e Brasileiro e Banco Português do Brasil.


Cotidiano da Rua XV de Novembro em 1950. Nota-se
automóveis da época das marcas Studbaker, Anglia
e Prefect. Nessa artéria existia uma agência da famosa
Panair do Brasil. Ao fundo, o prédio do Banco de Crédito
Real de Minas Gerais, hoje demolido. Col. do autor.

O que mais me chamou a atenção foi o local onde funcionava a agência marítima da Mala Real Inglesa (Royal Mail), próximo da Rua Augusto Severo. O prédio antigo foi demolido e surgiu uma nova edificação. Atualmente, ali funciona uma agência do Banco Itaú.

Como bom memorialista, visualizei a citada agência da Mala Real Inglesa e, na vitrine, a maquete do belo navio de passageiros Alcantara...


A movimentada Wall Street santista no seu apogeu, em 1929,
pouco antes da quebra da Bolsa de Nova Iorque. Col. do autor.

Vale lembrar que a maquete ainda está em Santos, exposta em instalações do Senai na Ponta da Praia.

Em vista de tal lembrança, resolvi recordar os memoráveis transatlânticos Asturias e Alcantara através de um texto do livro Navios e Portos do Brasil, de autoria de João Emilio Gerodetti e Carlos Cornejo, que aqui repasso aos amigos leitores:

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Em 1924, a Mala Real Inglesa fez encomenda dos novos transatlânticos Asturias e Alcantara (os segundos com esses nomes) que, com suas 22 mil toneladas, tornaram-se os maiores da frota e, durante algum tempo,  os maiores navios a motor diesel do mundo.


O transatlântico britânico Asturias (1925-1957) da Royal Mail, navegando
pelo estuário do Porto de Santos por volta de 1927. Media 199,8 metros
de comprimento. Pintura de Kenneth Shoesmith. Col. Gerodetti.

Em 1927, a Mala Real Inglesa adquiriu a White Star Line e, pouco depois, a Savill & Albion Line e a Aberdeen & Commonwealth Line, tornando-se a maior armadora mundial, presente em todos os oceanos, com 140 companhias de navegação.

Clique aqui para ler a segunda parte deste artigo.

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