Quarta, 01 Mai 2024


O transatlântico italiano 'Conte Biancamano' ficou muito

conhecido na rota sul-americana e fazia par com o 'Conte

Grande', aqui visto no Porto de Santos no início da Década

de 1950. (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)

A companhia de navegação Lloyd Sabaudo, da Itália, acrescentou à sua frota, em meados dos Anos 20 dois belos transatlânticos: o ‘Conte Biancamano’ e o ‘Conte Grande’.

Amplos, rápidos e dotados de adequadas acomodações para passageiros, esses navios foram, no decorrer do tempo, utilizados em uma variedade de rotas e serviços que refletiam os laços políticos, sociais e econômicos da Itália.

Nos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial, o ‘Conte Biancamano’ e seu navio irmão navegaram para Nova York (Estados Unidos) e para a costa leste da América do Sul a partir de 1932 e 1933, respectivamente.

 

O belo 'Conte Biancamano', navegando pelo estuário do Porto

de Santos por volta de 1952. (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)

 

Nos portos brasileiros do Rio de Janeiro e de Santos, quando neles escalavam, despertavam sempre enorme admiração.

Embora o ‘Conte Biancamano’ fosse um transatlântico de porte médio (pelos padrões mundiais) e não o maior da frota italiana, não lhe faltava esplendor.

O salão do baile da primeira classe, que se elevava a três conveses de altura, era usado com freqüência para concertos à tarde e à noite. Para dançar, o tapete era removido, deixando à vista o soalho de madeira finamente trabalhado.

José Carlos Rossini, responsável pela coluna Rota de Ouro e Prata, nos artigos sobre o ‘Conte Biancamano’ publicados em A Tribuna nos dias 22 e 29 de outubro de 1992, relatou em detalhes a história deste transatlântico, cujo nome era homenagem ao conde Umberto, apelidado Biancamano (mão branca).

 

O 'Conte Biancamano', antes da Segunda Guerra Mundial, exibia

casco preto - imagem de 1930, com as cores do Lloyd Sabaudo.

(Reprodução: Acervo L. J. Giraud)

 

Todos que conheceram o grande navio tiveram a melhor impressão, pois o transatlântico era realmente harmonioso, seja interna ou externamente. A primeira classe era digna de um castelo de condes.

O ‘Conte Biancamano’, apresado durante a Segunda Guerra Mundial pelos Estados Unidos, navegou durante cinco anos como navio-transporte de tropas sob o nome de ‘Hermitage’.

Em 1947, foi devolvido ao governo italiano, rebatizado ‘Conte Biancamano’, recebeu reformas e voltou a navegar comercialmente em 10 de novembro de 1949 rumo à América do Sul, rota onde permaneceu até o fim dos anos 50. Em 1960, foi demolido em La Spezia, Itália.

Vale lembrar que Maria Fea veio da Itália para o Brasil no ‘Conte Biancamano’. Ela foi assassinada pelo marido, Giuseppe Pistone, que tentou despachar o cadáver, em uma mala, para a França, no navio ‘Massilia’.

A mala foi encontrada três dias depois. Maria Fea está sepultada no Cemitério da Filosofia, em Santos, e se tornou também conhecida por realizar milagres, segundo relatos de várias pessoas que disseram ter sido curadas.

Veja mais imagens:

 

Em fotografia de 1927, Maria Fea na companhia

do marido Giuseppe Pistone a bordo do 'Conte

Grande'. Maria Fea é tida por muitos como

milagrosa. (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)

 

Capa de folheto publicitário dos Anos 30 do Século 20,

com informações e ilustrações dos espaços de segunda

classe do luxuoso navio. (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)

 

 

Cartão-postal, mostrando o salão de estar do 'Conte Biancamano',

fotografado na Década de 1920. (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)

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