Quarta, 01 Mai 2024


O malfadado transatlântico 'Magdalena' tinha

capacidade para 479 passageiros e foi construído no

Estaleiro Harland & Wolff, de Belfast, Irlanda do Norte.

(Reprodução: Royal Mail Line)

O navio de passageiros ‘Magdalena’, de 173,80 metros de comprimento, da companhia marítima Royal Mail (Mala Real), da Grã-Bretanha, encerrou os poucos dias de navegação na madrugada de 25 de abril de 1949 - na viagem inaugural - há 57 anos: chocou-se com um recife, no Arquipélago das Tijucas, no Rio de Janeiro.

Os 350 passageiros e 230 tripulantes da embarcação da Royal Mail sobreviveram. Ele havia passado por Santos no dia 24 de abril de 1949. Atracou às 9h30, no Cais do Armazém 17, para receber passageiros. Carregou também 25 mil caixas de laranjas e sacas de café.

Por sorte, uma carga programada para embarque no ‘Magdalena’ não pôde seguir viagem, contou o despachante aduaneiro Orlando Silva, já falecido. Na época, 57 anos atrás, ele trabalhava na subsidiária de despachos da agência de navegação Martinelli. 


Após o encalhe, o navio chegou a ser rebocado, mas

acabou por se partir, indo ao fundo do mar.
(Reprodução: Diário de Notícias do Rio de Janeiro - 1949) 

 

A agência precisava providenciar o carregamento de grande embarque de fumo no ‘Magdalena’. Por um lapso, ficou faltando o romaneio (a lista de carga) dos volumes, que por isso não puderam ser colocados a bordo.

Guilherme Martinelli, da agência marítima, não gostou nada do lapso. Felizmente para a carga, tudo acabou bem, pois a remessa pôde seguir viagem no próximo navio da Royal Mail, o ‘Alcantara’.

Às 4h41 de 25 de abril de 1949, o ‘Magdalena’ chocou-se com um recife. O piloto de plantão confundiu a Barra da Tijuca com a entrada da Baía de Guanabara, segundo uma das versões sobre o acidente.



Imagem do raríssimo cartão-postal original do 'Magdalena',

pertencente ao acervo do cartofilista João Emílio Gerodetti.

Entre os passageiros embarcados em Santos, estava o casal Serafim Barreto Agostinho e Adelaide Rosa das Neves Barreto, pais de Waldemar e José das Neves Barreto, da empresa Barreto Agostinho Comércio e Indústria.

Na altura da Praia do Leme, o ‘Magdalena’ partiu-se.

O capitão Douglas Lee se aposentaria. O comando do ‘Magdalena’ lhe fora oferecido como prêmio pelos anos em que trabalhou na Mala Real e por ter sido herói de guerra.

Uma curiosidade é que após o naufrágio os cartões-postais do navio foram recolhidos pela Royal Mail Line, com o intuito de fazer com que o navio fosse esquecido.

 

Anúncio de escala do

'Magdalena'. (Reprodução:

Jornal A Tribuna de Santos)

 

Com isso, foram distribuídos pouquíssimos postais, que hoje estão nas mãos de colecionadores, fazendo o preço ultrapassar os US$ 1.000.

Depois do acidente com o transatlântico ‘Magdalena’, a armadora britânica Royal Mail desistiu de batizar navios com tal nome. O primeiro fora construído em 1851, o segundo, em 1889 e o terceiro, em 1948.

O terceiro e último ‘Magdalena’ foi lançado ao mar em 11 de maio de 1948, quando começou a fase de testes. Ele iniciou a viagem inaugural em 9 de março de 1949.

Os portos de escala do ‘Magdalena’ em 1949, na viagem de ida, foram: Londres (Inglaterra), Cherburgo (França), Vigo (Espanha), Lisboa (Portugal), Rio de Janeiro (RJ), Santos (SP), Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina).

Vale lembrar que o único porto que recebeu o transatlântico ‘Magdalena’ por duas vezes, na viagem sul e na viagem norte, foi Santos, pois vinha do porto de Buenos Aires rumo à Europa com escala no cais santista. Ao seguir para o Rio de Janeiro, aconteceu a fatalidade que levou o belo navio para o fundo do mar. 

Veja mais imagens:

 


A empresa que construiu o 'Magdalena',

de início, não conseguia acreditar

que o casco se rompera em duas partes.

(Reprodução da revista O Cruzeiro)

 

 


O comandante Lee nunca havia

sofrido um acidente. (Reprodução)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O casal Serafim e Adelaide Rosa viajou no transatlântico 'Magdalena'. (Reprodução)

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