O transatlântico da empresa de navegação italiana Costa Cruzeiros navegou no Brasil de 1966 a 1996.
Este artigo é uma homenagem ao famoso Eugenio Costa que fez a sua última escala em Santos há 10 anos.
Após se despedir do Brasil e do Porto de
Santos em 1996, o transatlântico foi negociado
para uma companhia de navegação britânica,
que lhe deu o nome de 'Edinburgh Castle', aqui
no Porto de Liverpool, Inglaterra. (Foto do
acervo de Sergio de Oliveira, de Londres, Inglaterra)
Sem dúvida, um dos transatlânticos que gozaram de maior prestígio na Cidade foi o 'Eugenio Costa', da companhia de navegação Costa Cruzeiros, da Itália. Antes, ele se chamava 'Eugenio C'.
Com o nome original, fez a primeira escala em Santos em 1966, como navio de linha regular entre o Mediterrâneo e o Prata.
Em 1987, passou a ser o 'Eugenio Costa'. A despedida do Porto de Santos se deu em 5 de março de 1996.
O 'Eugenio Costa' atracado no antigo Armazém
de Bagagem, entre o cais dos Armazéns 15 e
16 do Porto de Santos, junto com o transa-
tlântico russo 'Fedor Dostojewskij', em meados
dos anos 90 do Século XX. (Foto de Edson de
Lima Lucas, de Niterói, RJ)
Portanto, passou, a ser um velho amigo da Cidade. Em todas as passagens causava sensação, pois atraía pessoas que queriam avistá-lo a entrar nas manhãs de verão ou a zarpar nos finais de tarde.
Confesso que tive diversas oportunidades para fazer um cruzeiro a bordo do belo transatlântico, mas sempre fui adiando, pois imaginava que ele jamais nos deixaria. Aconteceu, porém, justamente o contrário, e ele se foi e, com isso, me senti frustrado.
O 'Eugenio Costa' deixando o Porto do Rio de
Janeiro rumo a um cruzeiro. (Foto da Costa Cruzeiros)
Trinta anos de boa fama e a lealdade de tantos passageiros que retornavam todos os anos para aquele cruzeiro especial de verão a bordo continuaram mantendo o 'Eugenio Costa' como a melhor opção para uma viagem marítima na América do Sul.
Entre alguns passageiros do 'Eugenio Costa', podem ser citados o ex-presidente de A Tribuna, Giusfredo Santini (falecido em 1990); o pesquisador de assuntos marítimos José Carlos Rossini, radicado em Genebra, na Suíça; Benedito Teodoro de Carvalho Siqueira, Miguel Pelegrini, Aldo Leone, Beto Mansur (ainda não era prefeito quando viajou a bordo) e seu irmão, Gilberto Mansur, e os empresários santistas Paulo Silvares e Luiz Carlos Batalha, que chegaram a tocar bateria e guitarra, respectivamente, em viagens a bordo na costa brasileira e até no Caribe.
Após o 'Eugenio Costa' partir de Santos e deixar o Brasil em 1996, o navio foi cedido pela Costa Cruzeiros a um estaleiro da Alemanha, em troca de novos transatlânticos.
Posteriormente, o 'Eugenio Costa' foi negociado pelo estaleiro alemão, que o vendeu para uma armadora da Grã-Bretanha, onde recebeu o nome de 'Edinburgh Castle'. Como, infelizmente o navio apresentou diversos problemas técnicos, ficou parado, à espera de definição e decisão sobre o seu destino. Depois, seu casco foi pintado de vermelho e ele virou o ‘Big Red Boat’, sendo infelizmente enviado há um ano para corte num estaleiro na Índia.
Fica aqui a nossa lembrança e homenagem ao navio que foi o mais querido de todos os tempos dos brasileiros.
O majestoso Eugenio Costa passando pela Ponta da Praia, numa
das incontáveis passagens por Santos.
Foto: Jones Walfall – Início década de 1990.
Embarque de passageiros nos anos 80, época em que os cruzeiros
marítimos estavam se definindo no Brasil. Acervo: Laire José Giraud
O transatlântico Eugenio Costa, ancorado durante viagem de
cruzeiro marítimo. A imagem mostra as belas linhas do navio. Anos 90.
O Eugenio Costa com sua aparência diferente,
com o nome de SS Edinburgh Castle – 1998.
Minha última visão do Eugenio Costa atracado no Porto de
Buenos Aires em março de 1996. A foto foi tirada de bordo
do navio Funchal. Acervo: Laire José Giraud.
Foto tirada na última escala no Porto de Santos, do transatlântico
Eugenio Costa, no dia 05 de março de 1996. Foto: Julio Augusto Rocha Paes