Sexta, 27 Dezembro 2024

 “Nasci num porto do Atlântico
Dia e noite as águas cantam
Ouvimos o mar desde o berço
No cais, na praia, no sono”.

Roldão Mendes Rosa (1924-1988)
Poeta e Jornalista Santista


Na última semana, nesta coluna Recordar, foram lembrados fotógrafos, que, através das imagens, documentaram a História da nossa Cidade, isto é, mostrando o lado pitoresco.

 

Graças a esses feitos, hoje podemos ver como eram certos logradouros, o porto, navios que aqui escalavam, trabalhadores – e tudo o mais que Santos tinha na época, permitindo que façamos o contraste do presente com o passado, que quem viveu aqueles áureos tempos possa reviver, recordando.

 

O vapor francês Provence, do tipo misto (de cargas e

passageiros), atracado no cais santista, em embarque de

carga geral e frigorificada: banana. Vê-se um dos antigos

guindastes a vapor do início do Século 20, e a chaminé da

casa de força - cerca de 1906.


E quem não viveu os anos dourados do Século 20 poderá fazer uma viagem inesquecível a tempos românticos, quando as cenas tinham a tranqüilidade como integrante da paisagem.

 

No rol dos homens que amavam o que faziam, deixamos, na última coluna, de citar dois desses excelentes fotógrafos, os alemães:

- Theodor Preising (1883–1962), que registrou em imagens o antigo Caminho do Mar, a estrada de ferro São Paulo Railway, além de cenas de Santos e Guarujá;

- Werner Habenkorn (1907-1997), proprietário da editora de cartões-postais Fotolabor, conhecida em todo Brasil pela excelente qualidade e nitidez dos seus postais.

 

 

O transatlântico francês Lutetia, irmão do Massilia, passando

pela Ponta da Praia, no Porto de Santos, no início dos Anos 20.

(Reprodução: Livro Photografias e Fotografias do Porto de

Santos, imagem do Acervo Nelson Antonio Carrera).

 

Oportunamente, vamos apresentar cartões-postais e fotografias de autoria desses fotógrafos, que acreditavam no adágio de que uma imagem vale mais do que mil palavras.

Dando continuidade ao painel temático do Porto de Santos de outrora, vamos ver hoje dez imagens marcantes dos tempos idos.

Aproveito a oportunidade para reverenciar a Cartofilia, que, em outras palavras, é a paixão de colecionar cartões-postais e muito tem a ver com este artigo, além de ter estimulado a publicação do primeiro livro puramente fotográfico da Cidade, Photografias e Fotografias de Santos, de minha autoria, e tendo como co-autores os amigos: José Carlos Rossini, Jaime Caldas e o maior expert do Brasil sobre navios mercantes, Nelson Antonio Carrera.

 

O transatlântico italiano Conte Biancamano, que fazia par

com o Conte Grande, passando pelo estuário santista – 1950.

 

A partir dessa obra pioneira, surgiram várias outras iniciativas pictóricas de entidades históricas e de outros autores, que souberam e estão sabendo registrar, retratar e contar, de maneira inteligente, a Santos antiga.

Depois daquele livro, participei de outros, como:

- Memórias da Hotelaria Santista, na companhia das jornalistas Helena Maria Gomes e Viviane Pereira, de 1997;

- Santos Cidade Marítima, livro idealizado por Jaime Caldas e uma realização de José Carlos Rossini e minha, de 1998;

- Santos & Cia. das Docas 1904, em reedição de 2000 (livro comemorativo dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil). Dele participaram, com textos, os seguintes amigos:

José Carlos Rossini,
José Carlos Silvares,
o poeta Narciso de Andrade,
Helena Maria Gomes,
Viviane Pereira,
João Emilio Gerodetti,
Jaime Caldas,
Antonio Ernesto Papa, na época presidente da Fundação Arquivo e Memória de Santos,
em que cada um dos amigos convidados escreveu sobre fatos relevantes do porto;

- Transatlânticos em Santos – 1901/2001;

- Transatlânticos de Cruzeiros Marítimos – O Passado no Presente, de 2004;

além de ter colaborado em livros como:

- Lembranças de São Paulo: o Litoral Paulista nos Cartões-Postais, de João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo;

- Polianteia Santista - parte 3, entre outros.

 

O célebre Giulio Cesare, irmão do Augustus, passando pela

Ponta da Praia em meados da Década de 50 do Século 20. O

Giulio Cesare foi um dos mais belos transatlânticos dos anos

dourados. (Reprodução: Foto José Dias Herrera, do Acervo

L. J. Giraud).

 

Anteriormente, Santos tinha livros excelentes sob o ponto de vista histórico político e social, mas nada puramente fotográfico como os existentes nos principais centros do Mundo e que mostram o passado através de imagens.

Por essas razões, resolvi dar o devido e merecido destaque aos nossos fotógrafos de outrora, neste e no artigo anterior da coluna Recordar.

Na próxima semana, a série Assim Era o Porto de Santos mostrará novas e interessantes fotografias do nosso sempre pujante cais. 

Veja mais imagens:


Passageiros desembarcando do transatlântico Princesa Isabel,
do Lloyd Brasileiro - em 1968. Na ocasião o navio fazia a
ponte marítima Rio-Santos.


Cargueiros aguardando atracação no local compreendido entre
a Praça Barão do Rio Branco e o Paquetá. Até a abertura para
navegação do canal de acesso à Cosipa, em 1967, era permitido
aos navios fundearem no estuário – 1953. (Reprodução:
Cartão-postal Colombo, do Acervo L. J. Giraud).


O Tjitjalengka - da Royal Interocean Lines, era um dos transa-
tlânticos que navegavam junto com o Ruiz e o Tegelberg - che-
gando nas proximidades do Armazém de Bagagem, 1955.
(Reprodução: Acervo L. J. Giraud).


O cargueiro Alf Lindeberg, da armadora norueguesa Ivaran
Lines, passando pelo antigo trampolim da Ponta da Praia – 1949.
A fotografia foi clicada em um domingo do Banho da Dona
Dorotéia, que ocorria uma semana antes do Carnaval.
(Reprodução: Acervo L. J. Giraud).


O navio misto Delmar, da armadora estadunidense Delta Line,
recebendo, nos Anos 60, um carregamento de tratores bulldozer
destinado ao mercado dos Estados Unidos. (Reprodução:
Acervo L. J. Giraud).


Chegada de passageiros do transatlântico Giulio
Cesare, em típica imagem do Porto de Santos – 1967.
(Reprodução: Acervo L. J. Giraud).

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