Sexta, 27 Dezembro 2024

Para mostrar o conceito e o prestígio do Porto de Santos nos Anos 50 do Século 20, um anúncio da City of Santos Improvements Co. Ltd., empresa inglesa que foi concessionária dos serviços de eletricidade e bondes da nossa Cidade, iniciava assim um texto publicitário:

 

"Quatro séculos de História confirmaram a visão do pioneiro Braz Cubas, e a alavanca do progresso fez do pequeno ancoradouro da Vila de São Vicente uma das grandes cidades do Brasil, um dos maiores portos do Mundo".

O título do anúncio era: "Santos, Janela do Brasil Aberta para o Mundo".

 

Um dos cargueiros da Moore McCormack - empresa

com sede em Nova York (Reprodução de imagem do

livro "Photografias e Fotografias do Porto de Santos").

 

Entre muitas afirmativas que elevavam a grandeza da Cidade, no final do belo anúncio, o último parágrafo dizia, para confirmar a declaração:

"Todavia, é ainda nas obras monumentais, no intenso movimento do seu formoso porto, que Santos se destaca na plenitude da sua pujança econômica, porque o Porto de Santos é o maior exportador de café do Mundo, coluna mestra da riqueza nacional".

"Milhões de toneladas que entram e saem nos braços ciclópicos dos guindastes, centenas de navios que chegam e partem atestam categoricamente a vitalidade da gente santista trabalhando pela grandeza do Brasil".

 

O Nopal Progresso, da Nopal Lines, que fazia linha para

os Estados Unidos, representado em Santos pela

Agência de Vapores Grieg – 1958.

 

No anúncio, que mostrava objetivamente a grandeza do povo santista, havia uma ilustração com cinco cargueiros, em movimentação de embarque de mercadorias de importação e exportação de carga geral.

No texto de hoje da série Assim Era o Porto de Santos, serão apresentadas imagens de 10 cargueiros de várias nacionalidades que deixaram seus nomes registrados, entre os incontáveis, que conectavam Santos aos complexos portuários de todo o Mundo.

Vale lembrar que os cargueiros, até os Anos 60, eram na maioria do tipo Three Islands (3 Ilhas), por terem três instalações fundamentais acima do convés principal:
- castelo de proa,
- superestrutura a meia-nau e
- tombadilho.

Os navios com superestrutura na popa (ré) começaram a surgir a partir daquele período, como o caso dos atuais porta-contêineres.

A movimentação de cargueiros fazia com que Santos tivesse muitas agências de navegação. Entre elas:

- Vapores Grieg,
- Norlines,
- Dickinson,
- Johnson Lines,
- S/A Comercial E. Johnston,
- Lloyd Brasileiro,
- Delta Line,
- Moore McCormack Lines,
- Martinelli Agência Marítima,
- A. Gracioso & Filho,
- Dodero e
- Laurits Lachmann,

entre outras.

O porto também exigia grande contingente de trabalhadores nas diversas categorias.

 

O Bow Santos, da I. F. C. Lines, representada pela

Johnson Line, passando pela amurada da Ponta da

Praia, no Porto de Santos, por volta de 1953.

Notam-se na imagem os pequenos postes de

iluminação sobre a famosa amurada.

 

Como exemplo, apenas a CDS - Companhia Docas de Santos (concessionária particular do porto, que administrou o cais de 1890 a 1980) empregava mais de 12.000 pessoas, chegando a quase 20.000 nos Anos 70 do Século 20.

Diga-se de passagem, era um dos melhores empregos para a região.

Hoje em dia o número de pessoas que trabalham direta e indiretamente com o porto não é nem sombra do que foi no passado. Isto principalmente devido ao computador, ao contêiner e à automação dos equipamentos dos terminais portuários.

Ainda bem que os serviços humanos são necessários para operar toda essa tecnologia de ponta.

Em breve vamos apresentar alguns dos memoráveis navios brasileiros empregados no transporte de cargas, principalmente da gloriosa Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro (Lloydbrás), estatal que - devido a sucessivas crises econômicas internas e

insolúveis - foi extinta pela Lei n.º 9.671, de 2 de abril de 1998.

Lembraremos os bons momentos dessa empresa que foi a maior da América Latina, pois o nosso objetivo é apresentar aos leitores da Coluna Recordar o que essa armadora tinha de positivo, levando o nome do Brasil a todos os cantos do Mundo - América, Europa, Ásia, África e inclusive Oceania.

 

Veja mais imagens:

 

Vista impressionante do Cais dos Armazéns 29 e 30

com cargueiros atracados, em meados dos Anos 60

do Século 20. O local era quase descampado.

 

Cartão-postal do Panama, da Johnson Line, companhia

que foi muito tradicional e conceituada na praça

cafeeira de Santos. Sua agência marítima ficava na

Praça Rui Barbosa, 23.

 

Os cargueiros holandeses sempre se fizeram presentes

em Santos, como o Graveland, que era representado

pela agência S/A Martinelli – 1951.

 

Na segunda metade dos Anos 60 do Século 20,

os contêineres começaram a ser utilizados no

transporte marítimo. Aqui vemos o 1.° embar-

que de café solúvel brasileiro para os Estados

Unidos, a bordo do Mormaclake, iniciando,

assim, o uso dos contêineres.

 

O Bow Brasil, da I. F. C. Lines, representada pela

Johnson, era um navio típico Three Islands (3 Ilhas, na

tradução do inglês): castelo de proa, superestrutura

central e tombadilho.

 

Embarque de café a bordo de cargueiro holandês para

o mercado europeu – 1960.

 

O cargueiro norueguês Cometa, da SAL. Muito

procurado pelos exportadores de café, era representado

pela Norlines.

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