Quando menino, muitas vezes meu pai levava-me até a Ponta da Praia. Lá, ficávamos na antiga Ponte dos Práticos ou na conhecida amurada entre o Clube de Regatas Santistas e o Clube Saldanha da Gama, onde permanecíamos certo tempo observando a entrada e saída dos navios de passageiros e cargueiros. Como já disse em artigos anteriores, foi de um desses mirantes ali existentes que vem a primeira lembrança do que se refere a navios. Foi uma das escalas do transatlântico britânico do Royal Mail Line, conhecida no Brasil como Mala Real Inglesa. Lembro que o navio passou garbosamente rumo ao armazém de Bagagem, o 15 da Companhia Docas de Santos. Isso aconteceu em certo dia de 1950, quando tinha cinco anos de idade.
A foto de Silvio Roberto Smera, Sol no Deck, dispensa maiores
comentários sobre o Deck do Pescador, um dos mirantes da Ponta
da Praia, inaugurado em 2003.
Aquela parte da Cidade era o mirante natural dos navios, um local formidável que sempre foi atração especial para mim.
Nos anos 30 até meados dos 40 do século passado, a ponte dos práticos era de madeira, posteriormente construíram uma em alvenaria, que tinha uma pequena coberta no lado próximo ao canal, e assim foi por alguns anos. Em 1968 recebeu uma cobertura maior. Atualmente após reforma feita recentemente ficou rejuvenescida com suas linhas modernas. Dali saem as escunas e saveiros para passeios turísticos pelo Porto e Baía de Santos.
Vista aérea da Ponta da Praia, o mirante natural dos navios, onde
são vistas as diversas pontes que adornam o encantador local. O
Deck do Pescador é o primeiro à esquerda da foto - Prefeitura
Municipal de Santos.
Essa conhecida ponte recebeu o nome de Edgard Perdigão, em homenagem a um antigo prático de Santos. Por esse terminal passam diariamente 2.000 pessoas que residem na Praia do Góes e de Santa Cruz dos Navegantes, no Guarujá.
Nessa ponte no passado, atracavam os mais diversos tipos de embarcações. Como a dos práticos, do Clube de Pesca, de recreio, catraias.
A foto clicada do MSC Armonia, mostra o grande número de populares
que observam a saída do transatlântico, em dezembro de 2007.
Foto: L.J.Giraud.
No passar dos anos foram surgindo novas pontes, como a da Marinha, a do Clube de Pesca de Santos, e a nova e moderna Ponte dos Práticos.
A atual Ponte dos Práticos, ainda sem nome, bem que poderia ser chamada de Ponte Gerson da Costa Fonseca, prático que muito fez em prol da categoria e até do cais santista. Gerson hoje esta com 91 anos de idade, e está prestes a lançar um livro que vai contar muitas coisas da profissão. Vamos aguardar.
O belissimo Costa Magica, passando diante do Deck do Pescador em
janeiro de 2009 - Foto: L.J. Giraud.
Em abril de 2003, foi entregue na gestão do Prefeito Beto Mansur, um píer em frente ao Museu de Pesca, com a forma de T, que avança 35 m sobre o mar, e 70 metros de largura, num total de 630 metros quadrados. Era o que estava faltando em Santos.
Trata-se do conhecido Deck do Pescador, uma verdadeira atração turística, visitado anualmente por milhares de pessoas.
O mais recente transatlântico da atual temporada de cruzeiros, na
costa brasileira, o Costa Mediterranea. Fev. 2009 - Foto: L.J. Giraud.
É desse local espetacular, um autêntico mirante, que os turistas e shiplovers se reúnem para observar as inúmeras passagens dos mais diversos tipos de navios, principalmente dos transatlânticos de Cruzeiros que fazem de Santos o seu porto-base.
Mas é do Deck do Pescador que vamos ver através de fotografias alguns desses resorts flutuantes, que brindam a Cidade todos os anos, durante a temporada de cruzeiros marítimos.
Na sua viagem inaugural, em novembro de 2008, o MSC Musica
passando na altura do Deck e do Monumento Paddra de D. Henrique.
Foto: L.J. Giraud.
O sempre esplendoroso transatlântilco Splendour of the Seas, sendo reverenciado
na sua passagem pelo Deck, pelo público presente. Fev. 2009 Foto: L.J. Giraud.
Shiplovers na entrada do Deck do Pescador, quando da visita do
carioca Edson Lucas. Fev.2009 - Foto: L.J.Giraud.
Aquarela do navio britânico de passageiros Andes, pintada por Julio
Augusto Rocha Paes, mostra o primeiro navio que o autor lembra ter
visto, do mirante natural da Ponta da Praia.