Quarta, 01 Janeiro 2025

Os consecutivos sucessos das últimas temporadas de cruzeiros marítimos no Brasil mostram claramente que eles vieram mesmo para ficar na costa brasileira.

 

O transatlântilco argentino Alberto Dodero de 1951, pertencia a

Compañia Argentina de Navegación Dodero. Fazia a linha Buenos Aires-Hamburgo. Media 142,76 m de comprimento. Transportava 13 passageiros em primeira classe e 740 na classe turística. Acervo: L.J.Giraud

 

Para termos uma idéia, na última temporada, durante 159 dias passaram pelo cais santista 18 transatlânticos, que somaram 200 escalas, mais de 520.000 cruzeiristas passaram pelo terminal de passageiros do Concais, e deixaram na economia da Cidade aproximadamente 60 milhões de reais. Para a próxima temporada de 2008/2009, o aumento de cruzeiristas será acrescido em mais de cem mil, segundo estimativa das empresas ligadas ao ramo do setor do turismo que mais tem crescido nos últimos tempos.

 

Vale recordar que na última temporada, o ponto alto foi no dia 9 de fevereiro de 2008, quando nove navios atracaram na Cidade. A saída foi uma verdadeira parada de transatlânticos, assistida por um grande público que compareceu na amurada da Ponta da Praia para assistir o desfile, que é uma grande festa chamada de Grande Confraternização Santos Todos a Bordo.

 

O transatlântico Anna C, anteriormente foi o

Southern Prince de 1927. Foi adquirido em 1947 pela

armadora italiana Linea. Ficou muito conhecido por

fazer linha regular pela América do Sul e posterior-

ente cruzeiros. Media 154,43 m de comprimento.

Foi demolido em 1972. Foto: Antonio Giacomelli.

 

Vale lembrar que nos anos dourados, mais precisamente nos anos de 1950 e 1960, a vez era dos navios de passageiros, que faziam linhas regulares, entre portos previamente determinados. Era uma época romântica, que ainda deixa saudades aos que vivenciaram a época. Eis alguns desses memoráveis transatlânticos, os ingleses Alcântara, Andes, Arlanza, Amazon e Aragon. Os franceses Provence, Bretagne, Charles Tellier e Pasteur. Os portugueses Serpa Pinto, Vera Cruz e Santa Maria. Os norte-americanos Brasil e Argentina. Os argentinos Alberto Dodero, Yapeyu, Rio de la Plata, Rio Jachal.

 

Os de maiores sucesso eram os italianos, que agitavam a Cidade: Conte Grande Conte Biancamano, Giulio Cesare, Augustus, Cristoforo Colombo, Anna C, Andréa C, Enrico C e Eugenio C. Os japoneses Brazil Maru e Argentina, entre outros, também famosos.

 

O bellisimo Queen Elizabeth2, famoso pelos seus cruzeiros

de volta ao mundo, essteve em  Santos em duas oportunidades

na década de 80. Recentemente foi adquirido por um grupo de

empresários para servir como hotel flutuante em Dubai.

Acervo: L.J.Giraud.

 

Ao longo do tempo os aviões tomaram o espaço dos navios de passageiros nas viagens internacionais, e os armadores encontraram uma nova missão para seus navios, que foram os cruzeiros, como exemplo o caso do Funchal e do Eugenio Costa. Os que não conseguiram se enquadrar nessa atividade tiveram um triste destino: a sucata.

 

Já os cruzeiros marítimos (não é redundância, apenas para diferenciar dos cruzeiros lacustres e fluviais), no litoral do Brasil, o máximo que um turista podia desfrutar era a bordo dos “cisnes brancos” da Companhia Nacional Costeira, mais tarde incorporados ao Lloyd Brasileiro: Ana Nery, Rosa da Fonseca, Princesa Isabel e Princesa Leopoldina. Eles inicialmente foram afretados pela Exprinter e Agaxtur do empresário Aldo Leone, falecido recentemente, que a meu ver e de muitos foi o maior incentivador, e provavelmente o pioneiro dos cruzeiros no Brasil.

 

Belissima foto do Melody em Messina-Sicilia, Itália. O belo trânsatlântico convertido para cruzeiro, fez muito sucesso em temporadas passadas.

Foto: Silvio Robrerto Smera - 2008.

 

Hoje vivemos a era das grandes armadoras como Carnival Cruise e suas empresas: Holland América Line, Costa Cruzeiros, Cunard Line. Uma outra empresa de grande destaque é a Royal Caribbean, proprietária do maior cruzeiro do mundo, o Freedom of the Seas, de 160.000 toneladas.

 

Nesse universo dos cruzeiros marítimos só há uma coisa a lamentar, que é a de não termos vocação para possuirmos um transatlântico de lazer de bandeira brasileira. Será que um dia vamos ter ao menos um?

 

O transatlântico de cruzeiros mais elegante do mundo, clicado pela

câmera de Marcelo Machado Lopes, quando passava pela Ponta da Praia. Visite o site: Navios Mercantes Brasileiros: www.naval.com.br/NMB.

 

Como disse em artigos anteriores, o bolo é grande, e merecemos uma generosa fatia. Ao final das contas, os participantes dessa maravilha somos nós, brasileiros.

 

O presente artigo é ilustrado com fotos e postais de navios no Brasil e no exterior de admiradores de transatlânticos do passado e do presente, cujos créditos estão ao lado das ilustrações.

 

Este artigo é in-memoriam a Aldo Leone, homem de visão, que pressentiu que os cruzeiros marítimos tinham grande futuro, tanto que vieram para ficar.

 

O Costa Tropicale, deixando a Capital Brasileira dos Cruzeiros, em 2002.

Foto: Marcelo Machado Lopes.

 

O magistral Costa Magica, dispensa comentários. Aqui clicado por Rafael Viva - 2008.

 

Ainda o Costa Magica, navegando no alvorecer, pelo canal de acesso

do Porto de Santos. Foto Silvio Roberto Smera - 2008.

 

 

A mais nova aquisição da Cunard Line, clicado no Grande Canal

de Veneza por Silvio Roberto Smera - 2008.

 

 

 

 

 

 

 

 

O grande pioneiro dos cruzeiros marítimos no Brasil, o empresário Aldo Leone, que foi o fundador da Agaxtur, que nos deixou no decorrer deste ano.

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