Domingo, 29 Dezembro 2024

Fazendo uma rápida retrospectiva, nossa Cidade sempre esteve na rota de renomados transatlânticos em viagens de cruzeiros pela América do Sul. Muitos desses navios nos brindaram com suas escalas no cais santista. Dentre eles, cito alguns do passado distante e recente, que são sempre lembrados para os que gostam dessa atividade do turismo: Orca, Bremen, Gripsholm, Nieuw Amsterdam, Caronia, Arcádia, Britanis, Queen Elizabeth 2 e Rotterdam, entre outros.

 

Desses célebres transatlânticos vamos ver mais de perto o sueco Kungsholm, que passou por Santos em 19 de novembro de 1968, com 470 turistas norte-americanos, participantes de um cruzeiro de 47 dias. O belo navio teve o Porto de Nova York, como partida, passou pelo Canal do Panamá e escalou diversos portos da Costa do Pacífico, passando pelo Estreito de Magalhães para passar para a Costa Leste da América do Sul, visitando vários países. Visitou Buenos Aires e Montevidéu, antes de chegar a Santos.

 

O Kungsholm, da armadora sueca Swedish American

Line, em plena navegação. Acervo Heitor Candido Vidal.

 

Quando aqui chegou, vários turistas seguiram para São Paulo e embarcaram em aviões para Brasília. O navio saiu nesse mesmo dia com destino ao Rio de Janeiro, onde recebeu os excursionistas com destino a Salvador e Recife, seguindo depois para localidades do Caribe. Essa era a segunda passagem por Santos do grande transatlântico. Segundo informações do comandante do Kungsholm, estavam programados mais dois cruzeiros, ambos com turistas dos Estados Unidos para a Europa e África.

 

Nesse ano de 1968, os armadores já estavam sentindo o declínio de passageiros nas viagens marítimas. Com isso, se utilizavam a alternativa dos cruzeiros. Muitos navios de linhas regulares, não sobreviveram à perda dos passageiros para os aviões. Isto devido às dificuldades na conversão para cruzeiros. Assim, tiveram o triste fim de ir para o desmanche antes do tempo.

 

Recordando passagens do Kungsholm, o transatlântico pertencia à mesma armadora do transatlântico Stockholm, que abalroou o italiano Andréa Doria, que naufragou nas proximidades de Nova York em 1956.

 

Um outro transatlântico da mesma companhia foi o Grispsholm.  Não confundir com o anterior, que esteve em Santos nos anos 20 do século passado.

 

O Gripsholm, gêmeo do Kungsholm, fazia a linha

Gotemburgo/Nova York com escalas intermediárias

nos portos de Copenhagem, Bremerhavem e Halifax.

Acervo - L.J. Giraud.

 

O Kungsholm, passou por Santos em 30/06/2003 com o nome de Mona Lisa, agora tem o nome de Oceanic II - Schoolar Ship. O navio está operando como campus universitário, conforme o blog Ships & The Sea – Blogue dos Navios e do Mar, do escritor português Luís Miguel Correia.

 

História

O Kungshlom foi  construído pelos estaleiros britânicos John Brown & CO. de Clydebank,  Escócia, o navio iniciou a sua carreira em Abril de 1966 como armadora da Svenska Amerika  Linjen, um transatlântico de carreiras regulares, entre a Escandinávia e Nova Iorque. Em 1975, passou a navio de cruzeiros, quando foi adquirido pela Flagship Cruises.

 

Pertence á P&O desde Setembro de 1978, época em que foi adquirido com o nome de Sea Princess.

 

Sofreu profundas remodelações em Bremen por essa altura. O navio tinha originalmente duas chaminés (que lhe transmitiam uma grande elegância) tendo sido suprimida uma delas, e a outra aumentada na altura.

 

O Kungsholm visto por boreste, mostrando com

a sua alvura a beleza produzida pelas duas chaminés.

Acervo: L.J.Giraud

 

Esteve durante quatro anos em cruzeiros na Austrália, passando em 1982 a fazer companhia ao Canberra nos cruzeiros a partir do Reino Unido. Em 1987, integra a frota da P&O Princess Cruises em cruzeiros na costa ocidental dos EUA e Alaska, voltando à Europa em 1991. No ano seguinte e durante quatro anos fez cruzeiros de volta do mundo. Depois de ter sido substituído pelo  Oriana nessa função, fez cruzeiros no Mediterrâneo, tendo porto de Veneza como base. No centenário da Union-Castle, fez um cruzeiro de Southampton à Cidade do Cabo com as cores da chaminé dessa companhia.

 

O transatlântico que já foi o Victoria, Mona Lisa e atualmente o Ocenic II – Schoolar Ship, desloca 27.620 toneladas de arqueação bruta, 201 m  de comprimento. Sua capacidade é para 778 passageiros e uma tripulação de 417 membros. Dados da época em que era o Victoria.

 

Há poucos anos foi fretado para a Pullmantur para cruzeiros pela Grécia Atualmente funciona com campus universitário.

 

O Mona Lisa, ex-Kungsholm, atracado em Santos, no domingo chuvoso

de 30/06/2003. Sem uma das chaminés, o navio perdeu o seu charme. 

Foto: L.J. Giraud

 

Quem desejar saber mais sobre o Oceanic II – Schoolar Ship, recomendo que visitem o blog do escritor português Luís Miguel Correia. Para os que apreciam o tema, o blog é recheados de belas fotografias de navios e rico em informações, no endereço http://lmcshipsandthesea.blogspot.com/

 

Fontes

Jornal A Tribuna de Santos

Revista de Marinha – Portugal

Blog dos Navios de L.M. Correia

The Liner, Philip Dawson

 

Fotografia tirada de meia-nau para proa, mostrando o

nome do navio - 30/06/2003 - Foto: L.J. Giraud.

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