Muitas vezes ouvimos falar que o Porto e a Cidade de Santos estão intimamente ligados - o que é uma grande verdade, por razões óbvias. Algumas pessoas questionam: “Qual é a ordem correta? A Cidade do Porto de Santos ou o Porto da Cidade de Santos?”. A resposta fica por conta de cada um, pois cada cabeça, uma sentença. Da minha parte, prefiro a segunda colocação, embora ambas sejam verdadeiras.
O Porto sempre foi um grande manancial de trabalho, onde - dia e noite – homens e máquinas, lado a lado, trabalham incessantemente para o desenvolvimento e a grandeza de Santos. Por outro lado, a Cidade sempre possuiu muitas coisas interessantes que encantavam os turistas do passado, chamados popularmente pelos santistas como forasteiros.
Das coisas interessantes que menciono a seguir, algumas coisas cheguei a ver, outras não. Apenas ouvi falar, li ou pesquisei em obras:
- o Almanaque de Santos, de Olao Rodrigues,
- do poeta Narciso de Andrade,
- escritos de Bandeira Júnior,
- do professor Nelson Salasar Marques,
- da professora Wilma Therezinha e
- em livros que contam fatos ocorridos em Santos.
Portanto, este texto é uma fusão de várias informações que permitiram a elaboração do artigo. Na realidade, o que lembro são coisas ocorridas a partir da metade da década de 1950 - quando eu era menino.
Dentre tantas coisas interessantes para serem visitadas e vistas, podem ser citadas:
- nossas praias,
- os lindos jardins à beira-mar,
- as praças,
- as igrejas,
- a vista panorâmica do Monte Serrat,
- os cassinos (Parque Balneário, Atlântico, Monte Serrat e Miramar, que funcionaram até 1946).
Nossos restaurantes:
- Marreiro,
- Paulista,
- Roma,
- Roof Belmar – este, muito freqüentado por meu pai, com vista panorâmica de toda a praia, ficava no prédio onde está hoje a conhecida Confeitaria Joinville,
- Atlântico - o mais charmoso de todos os tempos,
- Vasco da Gama,
- Jangadeiro,
- A Paulicéia - onde era meu ponto, no Canal 5 com a praia,
- Don Fabrizio,
- Casa Esperia,
- Adega Central,
- Leiteria São João,
- Florença - fundado em 1954,
- Ponto Chic,
- Guanabara,
- Cantina Firenze,
- Valentim,
- e Rocky, entre outros;
Os famosos cafés:
- Atlântico,
- Tourino,
- Carioca,
- Caravelas.
As nossas lojas:
- A Casa dos 2 Mil Réis (atual Lojas Americanas),
- Lojas Brasileiras,
- Tecelagem Francesa,
- Paraíso das Sedas,
- Casas Sloper,
- Ao Preço Fixo,
- Casa Lemcke,
- Casa Lido,
- Casas Teixeira,
- Bazar da China,
- Tapeçaria Schültz,
- Casa do Disco,
- Discopa,
- Lojas Semog,
- Lojas Gomes (conhecidas por vender ternos gelados, próprios para o Verão),
- Casa Natal,
- o empório Ao Anjo Barateiro,
- Mercearia Carioca (cujo proprietário foi o sr. José Bento Silvares, pai do jornalista José Carlos Silvares),
- Camisaria Paris,
- Camisaria Americana,
- Sears, Roebuck - que foi a maior loja de Santos e a primeira a exibir uma transmissão de televisão na Cidade e tantas outras cuja memória me trai.
Também se destacavam:
- o Estádio Urbano Caldeira, do Santos Futebol Clube, no Bairro da Vila Belmiro, que foi o primeiro campo do Brasil a receber, em 1934, iluminação para jogos noturnos,
- o campo do Americana,
- o Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista e
- muitos outros pertencentes aos times da várzea.
Também não podemos nos esquecer dos nossos hotéis. Entre eles o Parque Balneário Hotel, o mais famoso, e os não menos famosos:
- Atlântico Hotel,
- Hotel Internacional,
- Hotel Palace,
- Hotel Martini,
- Hotel Belvedere,
- Hotel dos Bandeirantes,
- Hotel Avenida Palace,
- Ritz Hotel,
- Santos Hotel,
- Hotel Washington,
- Hotel Riviera – que ficava na Ponta da Praia, próximo ao Museu de Pesca, e
- o maior concorrente do Parque Balneário , o Grande Hotel do Guarujá, que ficou também conhecido como Hotel De La Plage.
Vale lembrar que no passado o hoje Município do Guarujá fazia parte do Município de Santos.
Conta João Emilio Gerodetti, no livro: “Lembranças de São Paulo – O Litoral”, uma interessante reminiscência:
“O litoral, para mim, sempre foi fonte de alegre expectativa e prazer. Quando criança, aguardava ansiosamente a chegada das férias escolares, ocasião em que ia com toda a família passar dois meses em Santos. Ficávamos anos sucessivos no Hotel Parque Balneário (em Santos), em São Vicente e num apartamento na Praia do Embaré (Santos). Estão gravados nitidamente na minha memória fatos daquela época que são revividos através das imagens”.