O objetivo principal deste artigo é de mostrar as imagens dos dois famosos encouraçados, e não de contar a história propriamente dita deles.
No início do século passado, os encouraçados cresceram tanto em tamanho quanto em poder de fogo.
Imagem do São Paulo visto de proa - frente - quando da
chegada ao Brasil, 1910 (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)
Por essa razão, a Marinha do Brasil encomendou na Grã-Bretanha duas unidades que formaram um par famoso: os encouraçados São Paulo e Minas Geraes.
Eram os primeiros encouraçados armados pela Marinha de um país sul-americano e estavam entre os mais poderosos do Planeta.
O Minas Geraes foi modernizado em meados dos Anos 30, quando recebeu novos canhões antiaéreos e caldeiras mais possantes.
Capa do convite para o lançamento do Encouraçado
Minas Geraes (Reprodução:Acervo L. J. Giraud)
Uma reforma semelhante foi planejada para o São Paulo, mas por motivos de ordem técnica a modernização foi suspensa.
Celebridade
Ambos tiveram uma vida mais do que gloriosa, além de projetarem o nome do Brasil como potência naval.
Um dos destaques da folha de serviços do encouraçado Minas Geraes foi ter servido de fortaleza flutuante na entrada do Porto de Salvador, Bahia, durante a Segunda Guerra Mundial.
Já o São Paulo, nos tempos de paz, serviu de transporte para muitas celebridades da época.
Viajaram a bordo do encouraçado os reis da Bélgica (1920) e o presidente da República do Brasil, Hermes da Fonseca, entre outras personalidades.
Encouraçado São Paulo no Estuário do Porto
de Santos, 1922 (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)
Em viagem da Europa para o Brasil, o São Paulo trouxe para o Rio de Janeiro os restos mortais do imperador Dom Pedro II e da imperadora Teresa Cristina.
Fim glorioso
Em 1951, a Marinha retirou os canhões do São Paulo, em virtude de a vida útil estar vencida. Posteriormente, vendeu-o para um estaleiro inglês, a fim de ser desmanchado.
Entretanto, o acaso quis que o São Paulo tivesse o destino glorioso das notáveis embarcações: o fundo do mar.
Ao ser rebocado para a Inglaterra, uma violenta tempestade surpreendeu o comboio, na altura dos Açores, e os rebocadores que puxavam o navio tiveram que largar os cabos, para não sucumbirem junto com o encouraçado.
Rara fotografia do Minas Geraes atracado no Porto de
Santos, vendo-se no cais uma um vagão da antiga Companhia
Docas de Santos, 1920 (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)
"O São Paulo naufragou. Preferiu o fundo do mar aos humilhantes cortes do maçarico".
Quanto ao Minas Geraes, foi desativado pela Marinha em 1954, como um dos encouraçados mais antigos sobreviventes no Mundo.
Fortalezas
Lançados ao mar em 1907 e incorporados em 1910, o Minas Geraes e o São Paulo tinham 162,40 metros de comprimento, 25,30 metros de boca (largura) e 7,60 metros de calado máximo.
Fotografia tirada durante a chegada do Minas Geraes no Rio de Janeiro,
após reforma nos Estados Unidos, 1922 (Reprodução: Acervo L. J. Giraud)
Cada um viajava com 850 tripulantes e possuía basicamente 12 canhões de 305 milímetros (mm), 14 de 120 mm, quatro antiaéreos (AA) de 102 mm e quatro de 40 mm.
A espessura das chapas de blindagem, desde o convés até as torres de comando, variava de 100 a 305 milímetros.
Deslocavam 19.588 toneladas e, apesar desse peso e tamanho, as caldeiras de tripla expansão lhes permitiam velocidade de até 22 nós (41 quilômetros por hora).
O Minas Geraes, ainda com duas chaminés, fundeando
na Baía do Rio de Janeiro, nos Anos 20 (Reprodução:
Acervo L. J. Giraud)