“Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo.”
(Cora Coralina)
Foto: ESCULTURA. BRECHERET, Victor. Cabeça de Cristo (Cristo de Trancinhas), 1920, coleção IEB-USP
O artista Victor Brecheret foi um dos mentores da Semana de 22, mas o escritor Mário de Andrade, reconhecido por vários críticos como o mais importante intelectual brasileiro do século XX, liderou o movimento modernista no Brasil e produziu um grande impacto na renovação literária e artística do país, participando ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922. Dedicou-se também à preservação da cultura nacional e trabalhou nos anos 30 como diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo.
Aquela Semana (uma semana de três dias) marcou a identidade brasileira, não apenas nas artes plásticas, na literatura ou na música, mas também no modo como refletiu a mudança da feição exclusivamente agrária do país para uma vigorosa urbanização.
O início da proteção legal ao patrimônio histórico e artístico no Brasil é matéria da Constituição de 1934.
Art 148 - Cabe à União, aos Estados e aos Municípios favorecer e animar o desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em geral, proteger os objetos de interesse histórico e o patrimônio artístico do País, bem como prestar assistência ao trabalhador intelectual.
É daquela época o projeto de lei que contou com a participação do escritor Mário de Andrade, o qual mais tarde foi convertido no Decreto-lei nº 25 de 30 de novembro de 1937 que, por sua vez, vigora até os dias de hoje, regulamentando a proteção do patrimônio histórico e artístico, inclusive o instituto do tombamento.
Mário Raul de Morais Andrade faleceu em São Paulo, no dia 25 de fevereiro de 1945, mas ainda se fala sobre sua obra, seja para estudo ou para a investigação do Brasil. O filósofo Leandro Konder considera que talvez essa atualidade seja resultado pelo destaque que Mário tinha sobre os outros nomes do modernismo, "pela amplitude de sua cultura, pela vastidão dos seus conhecimentos [...] pela visão panorâmica abrangente [e porque] dispunha de um quadro de referências muito mais rico do que todos os outros."
Chegamos ao ponto principal – as referências. No próximo dia 29 de março, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) promove a palestra “O Patrimônio Imaterial”, com a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no estado de São Paulo, arquiteta Anna Beatriz Galvão, a partir das 19h, na sede da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Santos. O evento é aberto ao público. Participe!