Sábado, 27 Abril 2024

Chega a ser curioso como o termo moderno é recorrente na história, na arte, na filosofia e no urbanismo. Na história, a Idade Moderna contempla o processo de desenvolvimento da sociedade humana, como um todo ou de povos e nações, no período de meados do século XV até a Revolução Francesa (1789).

A arte moderna é associada a estilos surgidos a partir do fim do século XIX, como o impressionismo, o cubismo, o surrealismo e a arte abstrata, todos eles fora das tradições do classicismo. Contudo, os historiadores da arte também usam a expressão para se referirem a formas de arte criadas a partir do século XIII. Artistas italianos como Cimabue e Giotto foram diversas vezes denominados "os pais da arte moderna". Eles teriam sido os primeiros a iniciar o afastamento das tradições da arte bizantina, mais estilizada, caminhando para a primeira Renascença – o Quattrocento.

A filosofia, etimologicamente do grego "philosophia", significando "amigo da sabedoria" ou "amor à sabedoria", nos leva ao longo da história, a uma multiplicidade de acepções. Cada corrente de pensamento filosófico pressupõe uma definição da própria filosofia, um modelo peculiar de interpretar aquele "amor" e aquela "sabedoria". Muitos historiadores consideram que as constantes do pensamento filosófico transparecem nos problemas discutidos, na intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade.

Problemas como o do conhecimento, da ética e do valor podem ser o campo específico da investigação e do debate dos filósofos. A associação filosofia/religião, fundamental na Idade Média, cedeu lugar, modernamente, à associação filosofia/ciência aos moldes de Descartes (filosofia baseada em padrões e métodos da matemática).

O urbanismo (estudo e execução do planejamento de cidades ou de áreas urbanas) na antiguidade privilegiava o padrão romano de cidade, construída em forma de xadrez, com os edifícios públicos localizados no centro, em posições estratégicas. Na Idade Média, com a retração da vida urbana, desapareceu a preocupação com o planejamento de cidades, que voltou no Renascimento. Então a qualificação "moderno" também passou a ilustrar o urbanismo renascentista, embora o termo seja mais empregado para tratar dos princípios clássicos empregados a partir do século XIX.

A necessidade de planejar o desenvolvimento urbano, enfrentando problemas de saúde pública, saneamento básico, abastecimento, poluição, habitação, lazer e outros, se acentuou e se tornou extremamente aguda com a formação dos aglomerados fabris – conseqüência da Revolução Industrial. Com a invenção dos modernos meios de transporte terrestre (trem, metrô e automóvel) surgiu o problema do tráfego urbano e com ele as novas soluções técnicas.

Os fundamentos teóricos do moderno urbanismo foram lançados pelo sociólogo escocês Patrick Geddes (1854 – 1932) e podem ser estudados em suas principais obras: "Desenvolvimento Urbano" (1904) e "Cidades em Evolução" (1915). No Brasil destacam-se os nomes de Pereira Passos, Paulo de Frontin, Prestes Maia, Saturnino de Brito e Lúcio Costa.

A evolução do espaço urbano a partir do final do século XIX e a criação do porto organizado de Santos foram marcadas pela expansão cafeeira, pela transformação das relações de trabalho e pelas intervenções sanitaristas. Havia também uma busca da modernidade, à semelhança das sociedades européias.

Na próxima semana, nos deteremos com as particularidades santistas.

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