Editorial | Coluna Dia a Dia
Mais que um impasse jurídico, o caso revela a urgência de uma governança integrada para o maior porto do hemisfério sul
Chegou mais cedo do que já era esperada a judicialização do projeto dos estacionamentos dos caminhões e condomínios logísticos, tão necessário para o Porto de Santos. Uma clara realidade das cidades da região metropolitana da Baixada Santista e o próprio governo do Estado de São Paulo estão aquém da competência necessária para construir o futuro do Porto de Santos. Entretanto, é possível e imperativo este porto construir o seu novo tempo.
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A expansão da área portuária deve ser vista com lentes e filtros da sustentabilidade e potenciais para gerar produtividade nas operações do comércio marítimo. A Companhia Docas de Santos tinha essa cultura. No tempo da Internet e da Inteligência artificial e visão COP, mais do que nunca, as decisões devem se constituir em diretrizes estratégicas para eficientização, remodelagem, expansão e inserção global do Porto de Santos.
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Há muito já foi estabelecido que a visão desejada para o Porto de Santos envolve três dimensões: agente de desenvolvimento regional, elo da cadeia logística e empresa. Uma equação que a Companhia Docas de Santos resolvia e satisfazia plenamente essas condições essenciais. No tempo de indicações políticas, a Baixada Santista deve ser uma Região Metropolitana em pleno funcionamento, que hoje, por razão de estruturação, não ocorre adequadamente, a exemplo dos principais portos europeus. E convém ser pauta de amplo debate.
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Durante a gestão da Companhia Docas de Santos a expansão do Porto de Santos foi meta permanente durante os 92 anos de gestão e promoveu um desenvolvimento inigualável até hoje, na visão portuária e relação com a região. Porto não é apenas um facilitador do comércio, mas uma importante instituição econômica em si própria. Portanto, a implantação de condomínios logísticos e áreas de estacionamento para caminhões é uma demanda indubitável e há muito debatida na região. A questão é como cumprir essa missão com amplo conceito de sustentabilidade. É possível.
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O histórico recente do quadro profissional de engenheiros do Porto de Santos constitui um cabedal para construir uma solução adequada para este problema criado, com um projeto de intenções justificáveis, mas acusado de ter arestas implacáveis. É de se estranhar a ampla falta de validação do projeto da Autoridade Portuária, apontada na denúncia feita pela Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados.
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O presidente da Autoridade Portuária de Santos tem mandato prolongado até 2028. A Baixada Santista é uma região instituída legalmente e em pleno funcionamento, com uma Agência de Desenvolvimento. Entretanto, apesar de contar com um robusto parque acadêmico, carece de clima indispensável ao maior rendimento intelectual de alto nível, condição fundamental para um ordenamento urbanístico avançado dessa complexa região de rico potencial e de graves problemas a serem resolvidos.
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Nunca a tecnologia evoluiu tanto como nos últimos tempos. Dentro desse cenário e visão, o desafio que se destaca é a regionalização efetiva do Porto de Santos, como uma conquista da Baixada Santista e responsabilidade de seus representantes políticos na Assembleia e no Congresso. Há muito os navios digitais navegam por mares do hemisfério norte. Por isso e acima de disputas circunstanciais, o porto precisa se alinhar às melhores práticas globais e elevar Santos no nível dos grandes hubs internacionais.
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