Sexta, 14 Junho 2024

Tainha assada na brasa servida na telha, robalo grelhado e recheado com brócolis e ricota, camarão rosa fritadinho. Não esqueça de deixar meia hora marinando no suco de limão antes de fritar. Farofa de mandioca torrada com banana e risoto de pupunha com cenoura, ao estilo “Meca Santista”, além de uma cesta de frutas tropicais. Este poderia ser o cardápio de uma animada festa à beira-mar com ingredientes nativos.

 Foto: www.treklens.com 

Infelizmente, peixes como a tainha, o robalo e mesmo a sardinha, ou os camarões branco e rosa, não são mais facilmente encontrados em águas santistas. Até o caranguejo “maria-farinha” (foto) anda meio sumido.

 

O número de tocas do caranguejo maria-farinha indica a presença destes animais na praia. Recentemente foi demonstrado que esta espécie é útil como bioindicadora, podendo representar uma ferramenta para a análise de impactos ambientais.

 

Algumas espécies marinhas que habitavam as nossas águas migraram em busca de locais menos impactados pelo homem. Ainda não se pode falar em extinção, mas pesquisas da Petrobras/Transpetro (Aspectos Sócio-Econômicos da Pesca Artesanal na Baixada Santista) mostram que o estuário de Santos encontra-se poluído e com a capacidade pesqueira no limite.

 

O cultivo de camarões em gaiolas tem sido estudado como uma alternativa para reduzir os impactos social e ambiental da indústria camaroneira. Esta tecnologia, contudo, parece ser viável apenas para produções comerciais de pequena escala. O Centro de Pesquisas em Aquicultura (CPAqui) do Instituto de Pesca em São Paulo tem desenvolvido algumas pesquisas em Ubatuba (Litoral Norte do Estado), cujo principal objetivo é de produzir uma tecnologia de criação de camarões marinhos em gaiolas flutuantes, visando à sua utilização por parte das comunidades de pescadores e de maricultores. Esta atividade poderá incrementar o faturamento destes pequenos investidores, especialmente durante os meses em que a captura de camarões é proibida por lei para a proteção dos estoques naturais (época do “defeso”). Clique aqui e confira mais deatlhes sobre a carcinicultura.

 

O conselheiro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), perito ambiental e colunista de PortoGente, Roberto Azevedo Roche Moreira Jr., concluiu um de seus textos sobre passivo ambiental afirmando que “estamos caminhando para uma época onde empresas, que saírem na frente em relação às variáveis ambientais, ganharão competitividade, mercados e lucros.”

 

Os passivos ambientais podem estar concentrados em uma pequena área ou espalhados em municípios, regiões ou países, por exemplo, nos casos de cursos d’’água contaminados.

 

A poluição causada por resíduos químicos e materiais sólidos provenientes do porto e de algumas indústrias, o desmatamento e aterramento das áreas de mangue, as dragagens de canal e berços, o despejo de esgoto doméstico, a pesca predatória e, até mesmo a constante presença de pessoas nas praias, resultam na diminuição da fauna e da flora marinhas.

 

A engenheira química da Cetesb, Eleni Stark Rodrigues, esclarece que não há um levantamento indicando os pontos críticos de poluição nas praias de Santos. As estatais – Cetesb e Sabesp – estão trabalhando para melhorar o sistema de tratamento de esgotos e a qualidade da água. A nossa esperança é que o cardápio melhore.

 

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