Quarta, 27 Novembro 2024
Ano após ano, mês após mês, recordes de movimentações e de produtividades vão sendo batidos no enigmático Porto de Santos. Escassas, porém, têm sido notícias sobre a efetivação de intervenções que garantam a sustentabilidade desse crescimento (quantitativa e qualitativamente) no médio/longo prazo. Mas, alvissareiro, em menos de uma semana foram logo duas.

Semana passada foi a Resolução nº 95/2013 visando articular os fluxos porto-retroárea, há muito discutidas e definidas pelo CAP. Esta semana o anúncio do “projeto definitivo” da ligação seca Santos-Guarujá e início de obras para o primeiro semestre do próximo ano. Aquela uma medida de gestão, que pode ser entendida como de “software”; esta infraestrutural, um “hardware”. Aquela anunciada pela Codesp, empresa administrada pelo Governo Federal; esta anunciada pelo próprio governador do Estado de São Paulo.

Foto: Nelson Antoine

Grande congestionamento após pedágio no caminho ao Porto de Santos

Ambas, porém, inquestionavelmente necessárias e há muito esperadas, visando enfrentar o principal gargalo do Porto de Santos: os acessos terrestres (01, 02, 03) – algo considerado até mais importante que a própria expansão das instalações portuárias, propriamente ditas. Quem foi à Cidade para participar da Audiência Pública para os primeiros arrendamentos, na última sexta-feira (30), teve oportunidade de testemunhar congestionamento quilométrico da Margem Esquerda – fato hoje corriqueiro, e com uma Margem Direita praticamente transformada em um grande estacionamento de caminhões e carretas; como que uma esclerose tomando a maior parte das artérias do Porto... situação típica de infarto anunciado!

Mas o mais importante talvez nem tenha sido o conteúdo das notícias, em si; mas suas circunstâncias: Ambas resultaram de longas tratativas e de articulações entre as 3 esferas de governo, envolvendo também importantes atores privados. No caso do túnel, inclusive, ele foi anunciado junto aos prefeitos de Santos e Guarujá. Este fato é digno de registro pois, todos lembramos, até há pouco havia a localização e o projeto de ligação seca do Governo do Estado - GESP, os da CODESP/Governo Federal, os da Prefeitura do Guarujá, os da de Santos... além dos da concessionária das rodovias na região (01, 02).

Resultado mais marcante, ainda, se lembrarmos que ele tem lugar em ano pré-eleitoral, a menos de um ano do pleito. Certamente as manifestação juninas (01, 02, 03) contribuíram para essa confluência de “vontades políticas”, mas seria injusto não destacar e reconhecer os papéis dos governantes: Parabéns Governador; parabéns prefeitos; parabéns secretários; parabéns Diretoria da CODESP; parabéns Ministro!

Importante porque a efetivação de ambas as medidas trazem fundadas esperanças para a parceria recém firmada entre o GESP, a Prefeitura de Santos e a CODESP. Esperanças não apenas em relação às dezenas de obras efetivamente necessárias (“hardware”) para melhorar o desempenho do Porto e tornar mais amigável sua relação com as cidades mas, também, para a implantação de novas soluções e serviços (“software”): As avenidas Perimetrais, a Ferradura (70 km de vias duplas em torno do Estuário, bitola mista e, principalmente, controle centralizado e acesso livre a todos os operadores ferroviários – “open access”!), as conexões hidroviárias entre os terminais portuários e inúmeras pontos da extensa malha hídrica da Baixada Santista, o “shuttle service” (ferroviário) entre o Porto e a Região Metropolitana de São Paulo – SP ..., também com esperança, estão na fila.

Planejar é pactuar!

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