Sábado, 04 Mai 2024

Embora a agilização dos recursos, a redução nos custos e a praticidade crescente do contêiner venham atraindo cada vez mais as cargas de menor valor por tonelada, ainda são as cargas nobres as transportadas em contêineres, o que permite usar esses números para avaliar o desempenho da economia nacional.

 

Segundo Sérgio Salomão, presidente da Associação Brasileira de Terminais de Contêineres (Abratec) - que congrega os 12 mais expressivos terminais do país -, cada contêiner gera US$ 26 mil de reservas em média, para as contas nacionais, em virtude do transporte principalmente de produtos manufaturados e semi-manufaturados. E estes tiveram um crescimento substancial nas exportações nacionais em 2003 e 2004, chegando a participar de 70% das vendas externas brasileiras, o que exigiu dos terminais portuários uma rápida evolução em sistemas e equipamentos para o atendimento a essa nova demanda.

 

"A eficiência, a competitividade e a segurança oferecidas pelos terminais de contêineres aos seus usuários têm permitido a revitalização da navegação de cabotagem, proporcionando à matriz de transportes a racionalidade observada internacionalmente e necessária ao Brasil em razão de suas dimensões continentais", diz o titular da Abratec.

 

Para ele, é essencial a eliminação do desequilíbrio atualmente configurado na concentração de cargas nas rodovias brasileiras: "O modal rodoviário responde por 63% da totalidade do transporte de cargas  no Brasil, enquanto que, nos Estados Unidos, apenas 24% das cargas que circulam no território daquele país são transportadas por rodovias".

 

Registrando a retomada crescente da cabotagem observada nos últimos seis anos, da ordem de 57%, Sérgio – que por muitos anos atuou como armador de navegação costeira – observa que a cabotagem é fator de competitividade para o Brasil, pois reduz custos, devendo ser incrementada, já que o país tem 7.400 km de costa, com 32 portos. Além disso, 80% da população e 75% do PIB estão concentrados a 200 km da costa brasileira, mas apenas 2% das cargas que podem ser acondicionadas em contêineres são transportadas por cabotagem – o que significa haver ainda um grande espaço para a dinamização deste setor.

 

Outro setor que ainda tem muito o que crescer, quanto ao uso de contêineres, é o transporte hidroviário. Com o desenvolvimento do país, novos fluxos de carga conteinerizada deverão se tornar viáveis pelo modal hidroviário, com a economia de escala favorecendo investimentos e tornando a hidrovia competitiva com o caminhão em percursos mais longos pelo interior do país, não apenas para produtos agrícolas e minérios, mas também para cargas manufaturadas.

 

Ou seja: mesmo depois de 40 anos de presença no País, o contêiner tem muito espaço ainda para crescer em termos de participação nos transportes de cargas, não apenas com origem ou destino em outros países, mas também entre os diferentes pontos do território nacional.

      Foto: www.novomilenio.com.br

Contêiner vem permitindo incrementar
o transporte aquaviário de cargas

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