Até os chineses arregalaram os olhos semicerrados para do caos nos acessos aos principais portos brasileiros, por terra e por mar. Tanto que lá da China veio a ordem: cortar as compras de soja no Brasil, pois vendemos e não temos como entregar. Tantos países competindo/guerreando entre si para garantir mercados para seus produtos, e o Brasil entregando de bandeja, por incompetência, um mercado tão pequeno e insignificante como a China.
Leia também
* Surreal (a autoridade, a lesma e a tartaruga)
Quem também está antenado em relação ao Brasil são os alienígenas, a julgar por nota que circula nas redes sociais, sobre uma estrutura construída no meio da floresta, entre o nada e o lugar algum, que aparenta ser um aeroporto alien. A imagem pode ser conferida no Google Earth ou Google Maps, bastando digitar as coordenadas na caixa de busca: [ 23 44 20S 45 32 58W ]. Além das imagens por satélite, há também fotos do local no Panoramio.
Enquanto isso, outras obras prosseguem, Brasil afora, custeadas pelo dinheiro dos contribuintes, transformado em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Uma delas é o porto Chibatão, próximo a Manaus, exemplo edificante mas pouco divulgado de como as coisas (não) funcionam neste país. Em 17 de outubro de 2010, extensa área desse porto desabou, ainda na fase de obras, e não foi a única vez (também em 22/9/2012 e 22/1/2013).
Veja o vídeo desse portento da engenharia, digno de tsunami japonês. Acredite, foram "apenas duas" mortes. Entre aspas, pois é informação de tecnocrata mais preocupado com cifras que com gente (tanto que em 22/10/2012, após novo deslizamento, foi dito que as obras continuariam após o processo de "acomodação" do solo, "já previsto pelos técnicos"...):
No Rio de Janeiro, bem mais divulgada, outra obra financiada pelo PAC vai abaixo, desta vez por decisão humana: com falhas estruturais grosseiras, dois prédios residenciais terão de ser refeitos pela construtora. E essa é, ainda assim, uma das poucas obras executadas, com todo o dinheiro despejado no estado do Rio de Janeiro para resolver o problema dos deslizamentos. Mais fácil era terem feito uma pilha de notas, para represar as águas, se o dinheiro não fluísse pelos meandros da política daquele estado, juntando-se aos eternos lamaçais…
O caos viário na Baixada Santista tem soluções previstas: 1) a China está cancelando as importações, o que reduz as pressões viárias; 2) a safra costuma terminar ali por junho ou julho; 3) depois que a safra acabar, deve começar a funcionar um novo terminal de apoio aos caminhoneiros, da Codesp; 4) empresas de terminais já começam a anunciar como um bônus aos clientes os serviços de agendamento de recepção de caminhões; 5) até as autoridades (ameaçadas de processo pelas lesmas e tartarugas, pela comparação injusta) sentiram as ironias da imprensa e prometem fechadura nova depois da porta arrombada…
E nem comentei, mais uma vez, sobre o caos ferroviário… A surrealidade brasileira não tem deixado espaço para mais nada… Também aguardarei informações mais completas antes de comentar o desabamento no porto de Santana/AP, neste dia 28/3/2013.
Ah, e nem preciso inventar uma história de primeiro de abril, a realidade é mais surreal que qualquer mentira…