Domingo, 28 Abril 2024

Eles já foram chamados de eco-chatos, pois em nome da preservação ambiental praticamente proibiam o ser humano de habitar o planeta e dele usufruir. Com seus excessos, criaram aberrações legais, como alertou em certa ocasião um político amazonense: se um fiscal te pegar matando um jacaré, mate o fiscal também, que a pena pelo assassinato do fiscal é menor que a do crime ambiental.

 

Mas o mundo mudou muito, em menos de 20 anos, e hoje já se reconhece a importância da preservação ambiental, em nome da meta de se deixar um planeta em condições mínimas de habitabilidade para nossos filhos e netos.

 

O movimento de preservação ecológica também mudou, tornou-se mais flexível em suas metas, concordou que o ser humano também precisa ser preservado e não apenas as plantas, os animais raros e a paisagem.

 

Surgiu a expressão "desenvolvimento sustentável", refletindo a preocupação dos ambientalistas em conciliar o desenvolvimento humano com as necessidades de preservação, equilibrar as perdas ambientais inevitáveis em alguns lugares com ganhos ambientais em outros – afinal, este planeta é um só, e a natureza tende ao equilíbrio, fazendo essas compensações, desde que haja o que compensar.

 

Falta agora o empresariado e o governo fazerem a sua parte, procurando fazer uso dos novos instrumentos legais e das modernas técnicas de "contabilidade ambiental" para se ajustarem às novas realidades, a um mundo em que os recursos naturais são finitos, não podem ser desperdiçados. A um mundo em que temos de (sobre)viver, apesar disso.

 

E o que vemos? Empresários e autoridades despreparados para lidar com o tema, planejadores incapazes de elaborar projetos minimamente adequados, resultando em trombadas de frente com os órgãos de controle ambiental, uns culpando os outros, os outros culpando uns, e projetos urgentes sendo postergados até que os erros sejam corrigidos, as adequações sejam feitas. Tudo devidamente noticiado pela imprensa, escândalo atrás de escândalo de malversação de recursos (leia mais sobre poluição ambiental).

 

Nas próximas colunas, vamos desenvolver um pouco mais esse tema, mostrando que esses impasses podem ser evitados, com alguns cuidados básicos que – pasme o leitor – de tão óbvios nem deveriam ser citados, mas que os acontecimentos recentes demonstram a necessidade de lembrar neste espaço.

 


Dragagem do canal de navegação santista é um dos problemas regionais que
mais opõem autoridades portuárias e órgãos ambientais. Isso não deveria ocorrer.

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