Sábado, 27 Abril 2024

Até 2050, a China deve deixar para trás os Estados Unidos e se tornar a principal potência econômica e política do planeta. E quem diz isso não é chinês, mas o doutor em Ciências Políticas pela Universidade de Michigan, além de professor da Universidade de Claremont, Jacek Kugler. Sem muito alarde, eles já ultrapassaram em 2005 a Inglaterra, maior potência dos séculos XIX e XX. Dentro de quatro anos, será a vez da Alemanha. Em 2015, verá pelo retrovisor outro país asiático, o Japão.

 

Tudo bem, a Índia também vai crescer bastante nos próximos anos, e as duas, Índia e China, vão dar uma ajuda importante ao grupo formado por elas e mais o Brasil e a Rússia. Daí, em 2050, estes quatro terão um conjunto econômico maior que o formado pelo atual G-6 (Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Japão e Estados Unidos). Previsões do mesmo especialista.

 

É bom lembrar que, no mesmo período, deve ocorrer o fim da chamada economia baseada no petróleo. Mesmo com as novas descobertas, oficialmente o uso intensivo do petróleo se esgota em 2050. Na verdade, os especialistas trabalham com o ano 2020, por saberem que os países da Opep estão mentindo: como a cota anual de produção é definida com base nas reservas estimadas, e eles querem produzir mais, superestimam as reservas, que portanto não suportariam a demanda até a metade do século.

 

E neste mundo conturbado, a próxima guerra é pela água potável. Talvez também pela produção de alimentos. Bem, disseram certa vez que o Brasil era o celeiro mundial. E sabe-se que está no subsolo brasileiro a maior parte do chamado Aqüífero Guarani, que começa aqui perto, em São Paulo, e chega à Argentina e ao Paraguai.

 

O Euro balançou, mas não conseguiu desbancar o dólar como a referência monetária internacional. Um dos motivos para a invasão do Iraque pelos EUA teria sido a intenção do ex-aliado estadunidense, Saddam Hussein, de trocar petróleo por euros em lugar de dólares – jogada que já ensaiava ser praticada por países em desenvolvimento e que poderia ter derrubado a economia dos EUA, ao minar a credibilidade de sua moeda. As bombas lançadas em Bagdad teriam sido um aviso ao mundo.

 

Temos aqui, bem resumidos, os principais dados do jogo que está sendo agora jogado em escala planetária. Seria possível fazer análises e até previsões astrológicas sobre o comportamento de cada jogador. Mas o objetivo, aqui, é mais simples. Primeiro, alertar para o que está acontecendo no outro lado do mundo, num país-continente chamado China. Segundo, destacar os fundamentos do jogo que está sendo jogado agora.

 

Terceiro, lembrar que a China tem um monumento milenar, que pode ser visto da Lua: as Grandes Muralhas. O Brasil, bem mais jovem, também teve uma obra que podia ser vista de nosso satélite natural. Porém, quem lembra da Transamazônica? Ela afundou na lama, nos buracos, no abandono em que se encontram as demais rodovias e ferrovias nacionais...

 

A economia chinesa deve crescer uns 8% ao ano nas próximas duas décadas. Ou seja, deve dobrar a cada nove anos. E eles estão se preparando para isso, o porto recém-inaugurado de Yangshan é emblemático. E o Brasil? Está preparado para aproveitar essas mudanças que virão?

 
Então, reformulando uma antiga pergunta, com os novos significados: Por quem os sinos (os chineses) dobram (sua economia)?


Construção do Porto de Yangshan, na China

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