Quarta, 01 Mai 2024

O imenso mar-oceano está povoado de histórias, desde o fantasma conhecido como Holandês Voador até as fabulosas histórias de piratas, corsários e bucaneiros, passando ainda pelo Triângulo das Bermudas onde se diz que tudo some. Nessas histórias, os piratas estão remendados: uns com olho de vidro, outros com perna de pau.

No Brasil, parece que adoram misturar essas histórias todas, sempre contadas por gente com cara de pau e um olho enorme sobre o baú do Tesouro, piratas que fazem sumir dinheiro nas bermudas e em outras peças de vestuário, e deixam muitos esqueletos no armário, talvez de fantasmas voadores...

Temos assim o cândido relato sobre um navio de nome João e sobrenome Felisberto, teoricamente uma homenagem ao líder da Revolta da Chibata. O mirrado marinheiro que entrou para a história (em 1910) virou (em maio de 2010) um superpetroleiro, produzido pelo Estaleiro Atlântico Sul, símbolo do renascimento da indústria naval brasileira após 14 anos de estagnação, dentro do altissonante Programa de Modernização e expansão de Frota da Transpetro, que compreende mais 21 navios.

Pois este orgulho de nosso governo, com 274 metros de comprimento e capacidade para transportar até um milhão de barris de petróleo, foi lançado ao mar no porto pernambucano de Suape. A sorte é que as comemorações não duraram muito, senão este embrulho de R$ 336 milhões (cerca de duas vezes o valor da mesma construção no mercado internacional) teria naufragado no meio da festa: seu belo casco escondia tubulações que não se encaixavam, soldas com defeito e um belo rombo. No casco... e no orçamento.

Como disse Augusto Nunes em seu blogue, o Brasil é fantástico: depois do trem-bala invisível, inventou o navio que não navega (para não falarmos da fantástica cachoeira de bichos, tema do dia em Brasília). Mas, comemoremos: após as provas de mar, o (Marinheiro) João Candido Felisberto deve ser entregue enfim no dia 25 de maio (de 2012). Agora, esperemos que o segundo navio da empresa, o (já atrasado) Zumbi dos Palmares, queira mesmo homenagear o líder dos escravos e não o famoso personagem das histórias de terror...

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