Foto: Bruno Rios/Guarujá
Fugindo um pouco à avalanche de notícias negativas que se abate sobre a infraestrutura brasileira – país do futebol que nem consegue organizar uma Copa do Mundo: precisa de auxílio dos EUA, que aprenderam o jogo com Pelé e criaram o soccer, que agora os deslumbrados botocudos de sempre querem importar como grande novidade...
Fugindo também dos descarrilamentos por todo o País, que parecem uma tentativa terrorista de empatar a má qualidade das ferrovias com a péssima reputação das rodovias – quem precisa de Bin Laden por aqui?...
Enfim, fugindo ao Brasil tomado pela política menor e que nem merece comentários, quero hoje escrever sobre um outro Brasil, que silenciosamente vem crescendo mundo afora, em círculos onde nem se fala muito de futebol.
É um país que se destaca por universidades sem o "glamour" dos holofotes, mas que são procuradas cada vez mais por estrangeiros e até criam cursos específicos para eles.
Um outro país, não-estatocêntrico (isto é, que se dá ao luxo de ignorar a existência do Estado podre e inepto, e prospera enquanto o governo dorme) que o "Jornal da Tarde"/OESP mostrou em agosto de 1983, na antológica série "República Socialista Soviética do Brasil". Um Brasil que lidera em pesquisas biológicas, físicas, agrícolas [foto] e muitas outras, que raramente aparecem na mídia ainda seduzida "pelo que vem de fora", mídia que só excepcionalmente faz reportagens como aquela.
Um país diferente, que o publicitário Nizan Guanaes destacou em crônica ("Bethy", Folha de São Paulo, 3/5/2011,B-11), onde mulheres cosmopolitas, lustram e ilustram no exterior a imagem nacional, que também tem seu "lado Aleijadinho, Machado de Assis e Guimarães Rosa".
Termino ecoando Nizan: "Nosso avanço econômico ainda tão bruto dará voz e projeção a camadas de brasileiros muito inteligentes, criativos e empreendedores, mas que durante séculos tiveram raras oportunidades". Assim seja!
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