De que serve aquele maravilhoso trabalho de logística, se a sua carga fica parada no vagão do trem por algumas semanas, até que alguém conserte a ponte que caiu? Pois é, a Logística perfeita precisa não só definir o melhor caminho, com base nas opções existentes, balanceando tempos e custos, mas também ter uma solução alternativa pronta – um "Plano B" – para uso quando os imprevistos acontecem. Aliás, tanto vendedor como comprador precisam ter alternativas, pois uma indústria também não pode ficar com sua linha de montagem parada porque um fornecimento "just-in-time" foi paralisado por um acidente na estrada. Imprevistos acontecem, sim, mas faz parte do processo prevê-los, por mais paradoxal que isso possa parecer.
Para prever imprevistos, é preciso ter amplo conhecimento de todas as alternativas, e informações sobre tudo o que pode dar errado, e para cada situação o profissional tem de ter a melhor opção pronta para uso. Sim, a melhor, pois mesmo numa situação de emergência os clientes dos serviços de logística – produtor, transportador, comprador – esperam que sejam adotados procedimentos que minimizem o prejuízo e maximizem a eficiência do transporte.
Falando claro, se quero transportar cimento entre dois países, normalmente escolho uma combinação de meios de transporte com baixo custo (para não impactar muito no custo final do cimento, que é necessariamente baixo) e rapidez razoável para que o cliente final possa construir seus prédios. Se por qualquer motivo o navio designado cancelou a escala, não posso como Plano B colocar o cimento num avião, pois o custo do transporte se tornaria maior que o apresentado pelo produto no local de embarque.
Já no caso do transporte de uma peça de substituição para um carro de corrida que disputará um prêmio no próximo domingo, o defeito no avião originalmente designado para o transporte provavelmente não poderá ser resolvido por um Plano B de transporte rodoviário – a peça chegaria tarde demais, mesmo que talvez a um custo bem menor de transporte.
Num caso assim, a alternativa será usar outra companhia aérea, ou uma peça fornecida por outro país – e não há muito tempo para pensar no que fazer se estamos numa tarde de sábado, e faltam poucas horas para a corrida começar. É preciso ter investigado previamente essas alternativas, até mesmo mantendo prontidão para acioná-las se houver necessidade.
E não basta saber que alternativas existem. É preciso ter informação atualizada, pois o Plano B tende bastante a falhar, se estiver atualizado. Aquela empresa que, durante o ano inteiro, manteve um veículo de plantão para suprir falhas dos outros, justamente naquele fatídico único dia do ano havia levado tal veículo à oficina, para a manutenção anual...
Conforme o caso, além de ter a alternativa "B" pronta para uso, é bom pensar também num "Plano C" otimizado. Afinal, funciona muito nesses casos a famosa "Lei de Murphy": se você já previu e se preparou para TODAS as possibilidades de falhas, então provavelmente o seu trabalho falhará devido a uma possibilidade que você NÃO previu...