Sábado, 28 Dezembro 2024

Um projeto de lei para fomentar o transporte hidroviário e marítimo, criando uma espécie de "autopistas marítimas", está tramitando no Senado dos Estados Unidos, com parecer favorável já da Comissão de Comércio, Ciência e Transporte. O objetivo, segundo o senador democrata Frank R. Lautenberg (de New Jersey), é reduzir o congestionamento das rotas terrestres nacionais (estradas e pontes), além de contribuir para a diminuição das emissões tóxicas e do consumo energético e, ainda, para obter maior segurança.

 

* Portuários capixabas fazem projeto de autovia marítima para expandir cabotagem no País

 

Pelo projeto, já em 2010 seria criado um programa de subvenções destinado a converter as hidrovias norte-americanas numa extensão do sistema de transporte. Os números usados nos Estados Unidos, citados pelo site Marinelink.com, são bem parecidos com os que o Brasil já conhece há mais de 20 anos.

 

Por exemplo, um navio comum transporta carga equivalente à de mais de 450 caminhões, e uma barcaça simples precisa de apenas um galão de combustível para tranportar uma tonelada por 576 milhas, enquanto um caminhão só viajaria 155 milhas com esse combustível. Ou seja, o transporte hidroviário (interior ou de cabotagem) é muito mais econômico e muito menos poluente que o terrestre.

 

Pelo projeto, os portos norte-americanos serão fortalecidos como pontos de conexão chave entre todos os modos de transporte, facilitando a transferência de mercadorias através do país, e a nova legislação prevê justamente a modernização dos acessos portuários, de forma a que o transporte de cargas atue de forma eficiente.

 

"Uma solução simples e inteligente", enfatiza o senador, e que no Brasil teria o mesmo efeito salutar, caso tivéssemos um Ministério dos Transportes digno do nome e capaz de fazer um plano assim funcionar.

 

Naquela nação nortista, já foi percebido que uma racionalização nos transportes beneficia também o transporte rodoviário, já que um caminhão que deixe de ser empregado numa viagem transcontinental pode fazer uma série de viagens curtas e muito mais lucrativas, entre os portos mais próximos nas hidrovias e o destino final ou origem das cargas a transportar.

 

No Brasil, atitudes como essa reduziriam os riscos de caminhão e motorista sumirem num dos buracos ou atoleiros em que se transformaram muitas das estradas. Fica também reduzida a melhores proporções a infraestrutura que as empresas precisarão implantar para atender à nova legislação sobre o horário de trabalho dos motoristas. E a Natureza agradece, pelos menores índices de poluição.

 

Só que todos esses sonhos se desmancham, ao se lembrar que os portos sequer estão preparados para atender à demanda já existente (e só não sentida mais claramente em razão da crise econômica que afetou o comércio internacional). Neste país, mesmo um plano básico para dragagem dos portos, que deveria ser simplesmente uma atividade corriqueira em cada uma dessas instalações, virou um projeto de envergadura nacional, a ser demoradamente debatido nos gabinetes e principalmente nos corredores de Brasília, dependendo de mil pareceres e custosas assinaturas...

 

Como imaginar, portanto, que seja exequível no Brasil um plano que depende não apenas da harmonização das atividades portuárias, mas de seu perfeito entrosamento com os transportes rodo-ferroviários, serviços marítimos alimentadores de portos principais, barcaças e empurradores funcionando a contento nas hidrovias...??!!!

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