Sábado, 18 Mai 2024

Com tanto falatório sobre crise, verdadeiro massacre diário de olhos e ouvidos, cheguei a pensar que estava sozinho nessa cruzada de falar em otimismo, em trabalho para aproveitar como oportunidades os fatos que outros transformaram em crise. Estaria tão errado assim, mesmo a lógica me afirmando que não, que de fato o caminho para evitar a crise é ser otimista? Estaria sendo irreal, como se não enxergasse os milhões de desempregados que surgiram de repente no mundo, assim que o boato se espalhou? Estaria sendo insensível aos problemas de crédito enfrentados mesmo por empresas sólidas, às vezes atingidas pelos restos do desabamento de outras próximas?

 

Se a crise é causada pela desconfiança – real ou infundada – nos fundamentos da economia, e se todos se retraem, tratam de criar mecanismos de proteção, retardando compras e investimentos, devido a essa desconfiança mútua, então o caminho está mesmo aberto a uma grande crise, é fato.

 

Mas, ao longo da vida, percebi que na verdade a crise sempre existiu, ora mais percebida, ora menos. Num mundo "em paz", existem simultaneamente centenas de guerras ou "estados de crise", como entre tribos-países africanas, entre etnias européias, entre duas metades de uma mesma Coréia, entre palestinos e judeus, ou entre fazendeiros e indígenas na América do Sul, para ficar em alguns poucos exemplos.

 

Num mundo de prosperidade, contam-se aos milhões os que passam fome e sede extremas, ou têm condições variadas de penúria. No máximo da euforia econômica, aceita-se como normal que uns 15% da população mundial estejam sem emprego, algo como cinco Brasis ou uma Índia. Indicadores ainda mais graves aparecem nos campos da Educação, da Saúde. Ninguém chama isso de crise. Mas bastam uns poucos bancos e empresas precisarem de auxílio público para taparem os rombos causados por sua incompetência e ganância, temos então "a maior crise da história mundial". Ora...

 

Apesar de toda essa lógica, cheguei a pensar que estava só nesse pensamento, e que talvez fosse néscio e atrevido em fazer tais afirmações. Porém, recebi mensagem pela Internet, reproduzindo o pensamento daquele que o mundo conceitua como um de seus maiores cientistas e pensadores, prêmio Nobel etc. etc. Albert Einstein, pai da teoria da relatividade, disse uma vez que as oportunidades nascem da crise:

 

"Não podemos esperar que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e os países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.

"Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar superado. Quem culpa a crise por seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e honra mais os problemas do que as soluções.

"A verdadeira crise é a crise da incompetência. A maior ameaça para as pessoas e para as nações é a esperança insana de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um.

"Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise realmente ameaçadora, que é a tragédia de não lutar duro para superá-la".

Termino portanto esta série mostrando a língua para a crise, naquele divertido gesto de 1951 que se imortalizou na iconografia de Einstein, e tratando de trabalhar eu mesmo em outros assuntos, que este já rendeu o que tinha de dar.

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